
MODELAGENS DE CLIMA DE ONDAS E TRANSPORTE SEDIMENTAR UTILIZANDO O SMC-BRASIL: APLICAÇÕES PARA A PRAIA DO FORTE, LITORAL NORTE DO ESTADO DA BAHIA
2016; União da Geomorfologia Brasileira; Volume: 17; Issue: 4 Linguagem: Português
10.20502/rbg.v17i4.814
ISSN2236-5664
AutoresIracema Reimão Silva, Júnia Kacenelenbogen Guimarães, Abı́lio Carlos da Silva Pinto Bittencourt, Taís Kalil Rodrigues, Gerson Fernandino,
Tópico(s)Coastal and Marine Management
ResumoA vulnerabilidade dos ambientes costeiros, muitas vezes ampliada por atividades antropogênicas, e a possibilidade de alterações climáticas, com uma maior incidência de eventos climáticos extremos, tornam cada vez mais necessários estudos e ferramentas que ajudem no entendimento sobre o balanço sedimentar e as variações no comportamento da linha de costa. Neste sentido, o Sistema de Modelagem Costeiro (SMC-Brasil) executa diferentes modelos numéricos, que permitem realizar análises em curto, médio e longo prazo de uma praia, contribuindo para estudos e planos de gestão litorâneos. Esta pesquisa teve como objetivo compreender a dinâmica litorânea da Praia do Forte – litoral norte do estado da Bahia – utilizando o SMC-Brasil, e avaliar a sua vulnerabilidade a eventos oceanográficos extremos. A análise estatística de ondas para a área de estudo, em termos de condições médias e extremas, realizada para águas intermediárias, indicou um predomínio das ondas vindas de ESE, com altura significativa de 1,3m e de 2,6m para condições de tempestade, com período de pico de 7s e 10s, respectivamente. A partir deste ponto foi realizada a modelagem do clima de ondas em águas rasas, analisado em três pontos ao longo do litoral da Praia do Forte, indicando predominância das ondas de SE e SSE, com alturas, para situações de meia maré, variando de 0,5 a 1,2m. O transporte de sedimentos, calculado em três perfis perpendiculares à linha de costa, associados a cada um dos pontos, indicou uma zona de convergência entre a Praia do Castelo (Ponto 1) e a Praia do Eco Resort (Ponto 2) e um aumento namagnitude do transporte nesta última (Ponto 2), de quase oito vezes em relação à Praia do Porto (Ponto 3), tornando essa região mais vulnerável a processos erosivos.A estimativa da cota de inundação, considerando o nível de base igual a zero, com períodos de recorrência de 2, 5, 10, 25, 50, 100 e 200 anos, indicou em geral, níveis entre 2,5 e 3,0m para os perfis 1 e 2 e entre 2,0 e 2,5m para o perfil 3. A combinação de eventos de tempestades com marés meteorológicas positivas, marés astronômicas de sizígia e valores extremos de espraiamento de onda, pode resultar em situações de alto risco para ecossistemas e propriedades, com grandes impactos para o litoral estudado, que atualmente já apresenta erosão costeira em suas praias.A vulnerabilidade natural dos ambientes costeiros, muitas vezes ampliada por atividades antropogênicas, e a possibilidade de alterações climáticas, com uma maior incidência de eventos climáticos extremos, tornam cada vez mais necessários estudos e ferramentas que ajudem no entendimento sobre o balanço sedimentar e as variações no comportamento da linha de costa. Neste sentido, o Sistema de Modelagem Costeiro (SMC-Brasil), com série temporal de 60 anos (1948 a 2008), executa diferentes modelos numéricos, que permitem realizar análises em curto, médio e longo prazo de uma praia, contribuindo para estudos e planos de gestão litorâneos. Esta pesquisa teve como objetivo compreender a dinâmica litorânea da Praia do Forte, utilizando o SMC-Brasil, e avaliar a sua vulnerabilidade a eventos oceanográficos extremos. A análise estatística de ondas para a área de estudo, em termos de condições médias e extremas, realizada para águas intermediárias, no Ponto 1 (Ponto Dow), indicou um predomínio das ondas vindas de ESE, com alturas em condições médias de 1,3m e de 2,6m para condições de tempestade, com períodos de 7s e 10s, respectivamente. A partir deste ponto foi realizada a modelagem do clima de ondas em águas rasas, analisado em três pontos do litoral, indicando uma predominância das ondas de SE e SSE, com alturas, para situações de meia maré, variando de 0,5 a 1,2m. O transporte de sedimentos, calculado em três perfis perpendiculares à linha de costa, associados a cada um dos pontos, indicou uma zona de convergência entre os pontos 1 e 2, e uma maior magnitude de transporte no ponto 2, tornando essa região mais vulnerável a processos erosivos. A estimativa da cota de inundação, baseada na análise dos valores extremos por máximos anuais, com períodos de recorrência de 2, 5, 10, 25, 50, 100 e 200 anos, indicou em geral, níveis entre 2,5 e 3,0m para os perfis 1 e 2 e entre 2,0 e 2,5m para o perfil 3. A combinação de eventos de tempestades com marés meteorológicas positivas, marés astronômicas de sizígia e valores extremos de espraiamento de onda, pode resultar em situações de alto risco para ecossistemas e propriedades, com grandes impactos para o litoral estudado, que atualmente já apresenta uma alta vulnerabilidade à erosão costeira.
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