Artigo Produção Nacional

Para uma ética e uma política que vem: a figura do muçulmano nos campos de concentração

2016; UNIVERSIDADE DO CONTESTADO; Volume: 3; Issue: 2 Linguagem: Português

10.24302/prof.v3i2.1138

ISSN

2358-6125

Autores

Sandro Luíz Bazzanella, Paulo Flávio Andrade,

Tópico(s)

Migration, Racism, and Human Rights

Resumo

Atraves de inumeros testemunhos de sobreviventes dos campos de concentracao, Giorgio Agamben, na obra: “O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha” constata a existencia de uma lacuna. Para o filosofo italiano ha um hiato na compreensao que a contemporaneidade tem sobre as implicâncias eticas e politicas dos campos. O vazio que habita a nossa compreensao e a ausencia do testemunho do muculmano, a testemunha integral dos campos de concentracao. O muculmano e o prisioneiro comum que passou pelos campos e o vivenciou em toda a sua violencia, sendo submetido a uma condicao de abando pelo grupo e pela linguagem. A partir deste ponto Agamben passa a questionar em que media tal figura pode reclamar a condicao de humano, mas, mais do que isso, apontando para o risco que a solapa: ao considerar o muculmano um nao-homem, entao temos que definir o que e o homem, por extensao, nos deparamos com as dificuldades de operacionalizar tal tarefa. Em nao havendo limites claros entre o humano e o nao-humano, o poder soberano e quem passa a definir a partir de suas vontades e criterios. Nesses termos, o problema que se coloca a etica que vem e a tensao de abarcar em seu seio a figura extrema que habita o humano – o muculmano.

Referência(s)
Altmetric
PlumX