
Os perigos subsumidos na contracepção de emergência: moralidades e saberes em jogo
2017; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; Volume: 23; Issue: 47 Linguagem: Português
10.1590/s0104-71832017000100005
ISSN1806-9983
AutoresElaine Reis Brandão, Cristiane da Silva Cabral, Míriam Ventura, Sabrina Pereira Paiva, Luíza Lena Bastos, Náira Villas Bôas Vidal de Oliveira, Iolanda Szabo,
Tópico(s)Male Reproductive Health Studies
ResumoResumo O tema da “contracepção de emergência” desperta bastante inquietação social no Brasil. O termo remete a noções como “risco de engravidar”, “sexo desprotegido”, (ir)responsabilidade ou (ir)racionalidade prévia ao exercício sexual, contrariando normas sanitárias que postulam necessidade de proteção à gravidez e às doenças sexualmente transmissíveis nas práticas sexuais. Ao contrário da pílula anticoncepcional de uso regular, que conta com maior aceitação social, a contracepção de emergência desperta muitas controvérsias. Discute-se esse desconforto em relação ao método, a partir de pesquisa com farmacêuticos e balconistas de farmácia sobre o tema. Duas perspectivas analíticas são exploradas: a primeira é a estratégia que assinala perigos e potenciais riscos à saúde que esse contraceptivo provocaria, com vistas à regulação dos corpos femininos, em especial, jovens e pobres, onde a reprodução é temida. A segunda discute o agenciamento feminino que o uso da contracepção de emergência evidencia, perspectiva que pode estar ferindo hierarquias morais e sociais, de classe e de gênero.
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