Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Realismo e (des)subjetivação: as várias faces da fome em três momentos da literatura brasileira.

2016; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Volume: 20; Issue: 39 Linguagem: Português

10.5752/p.2358-3428.2016v20n39p60

ISSN

2358-3428

Autores

Valéria A. Machado,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

<p>Este texto discute como e por quais vias se processa a construção subjetiva em três romances da literatura brasileira: <em>A fome</em>, de Rodolfo Teófilo; <em>Vidas secas</em>, de Graciliano Ramos e <em>Homens e caranguejos</em>, de Josué de Castro. Usualmente classificados de realistas, os romances, produzidos em épocas e contextos distintos, têm em comum o tratamento da temática da fome. Considerando os textos analisados como construções em que os conceitos de real e realidade são entendidos diferentemente, optou-se por aproximar o conceito de realismo ao de formação discursiva (Cf. Foucault, 1995), esta compreendida como um saber constituído de discursos sobre algo, envolvendo sujeitos que ocupam posições diferentes de acordo com o tempo e o espaço de onde enunciam. O conceito de formação discursiva também se alinha ao de subjetivação na medida em que, como seres de linguagem, os sujeitos constituem a si e as coisas no momento em que falam, construindo sentidos nas e pelas relações que os envolve. Nessa perspectiva, propõe-se entender a realidade e o próprio realismo em suas fronteiras móveis, já que aí estão em jogo discursos, sujeitos, tempos e espaços.</p>

Referência(s)