Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Moldando o corpo do Brasil: Jaime Cortesão, Rodrigo Octávio, a representação de Gusmão e o metajogo na região do Prata

2017; Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Volume: 9; Issue: 22 Linguagem: Português

10.15848/hh.v0i22.1154

ISSN

1983-9928

Autores

Renato Amado Peixoto,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

A representação de Alexandre Gusmão foi sedimentada por Jaime Cortesão em 1956 no contraponto das visões baseadas nos escritos de Rodrigo Octávio, produzindo uma representação do político que se colocava contra o alinhamento aos Estados Unidos. Esta fabricação estava inserida, também, no metajogo político e historiográfico do Prata e se postava contra parte da historiografia argentina. Além disto, Cortesão estava incorporado ao projeto de autonomia e profissionalização da corporação diplomática, centrado então no IRB, visando inscrever o papel do diplomata na formação do espaço e da identidade brasileira. A criação do IRB também propiciava a autonomia do MRE em relação a um projeto de história compartilhado com o IHGB. No caso, a disseminação da produção do IRB foi dinamizada pelas prescrições deixadas pela ‘Comissão Revisora dos textos de História e Geografia’. Ao articular numa mesma perspectiva todos estes metajogos historiográficos e políticos, Jaime Cortesão leva o seu analista a ter de considerar instrumentos teóricos e metodológicos que permitam explicitá-los. Entendo que isto ultrapassa certas considerações usuais em torno dos termos ‘Quem e como se faz a história’, levando a ter de inquirir os insumos teóricos que serviram a Michel de Certeau de modo a poder pensar as questões da representação do político e do lugar do historiador em relação à escrita da história.

Referência(s)