Artigo Revisado por pares

A permanência da mudança: Empédocles, Dewey e dois tipos de metafísicas pluralistas de força

2016; Volume: 17; Issue: 2 Linguagem: Português

ISSN

2316-5278

Autores

John J. Stuhr,

Tópico(s)

Philosophy, Ethics, and Existentialism

Resumo

Este artigo apresenta tres argumentos principais. Primeiro, a luz de uma interpretacao da concepcao pluralista da natureza de Empedocles (como consistindo dos quatro elementos materiais ou de raiz, do fogo, ar, terra e agua, e as duas forcas eternas de amor e conflito), vou alem de uma disputa academica de longa data (entre alguns comentaristas que interpretam Empedocles como defensor de um infindo e recorrente ciclo cosmico de duas vertentes, e outros que argumentam que Empedocles afirma que existe um unico movimento positivo de separacao cosmica e multiplicidade para unidade e unicidade) para a visao que amor e conflito sao uma forca cosmica integrada que constitui uma permanencia da mudanca. E esta visao que leva Empedocles a assumir o compromisso parmenidiano com a permanencia do ser (e a impossibilidade de sua transformacao em o nao-ser) como tambem afirmar a realidade (ao inves da mera aparencia) das muitas mudancas evidentes em nossa experiencia. (E e essa visao que o papiro de Estrasburgo apoia). Segundo, preocupo-me em estabelecer paralelos entre essa metafisica de forcas e o pragmatismo de John Dewey, que argumentava que a natureza era um misto do precario e do estavel. A questao aqui nao e que Dewey e Empedocles tenham a mesma visao: eles divergem em explicacoes radicalmente diferentes em biologia, fisica, psicologia e moralidade. A questao, ao inves, e que ambos apresentaram explicacoes metafisicas tanto pluralistas quanto centralmente afinadas a mudanca, processo, forca e atividade. E e que Dewey acatou o alerta de Empedocles de nao se vangloriar de saber a natura geral das coisas. Terceiro, gostaria de explicar como a visao de Dewey pode ser considerada como um desenvolvimento da filosofia de Empedocles – um desenvolvimento onde a nocao de processo ou forca ou atividade e reconstruida sem qualquer teleologia, e no qual a nocao de elementos de raiz e entendida mais funcionalmente do que ontologicamente. Considero isso um movimento dentro do desenvolvimento do pluralismo metafisico de ser para se tornar – um movimento onde o foco Empedocliano na forca pode prefigurar o pragmatismo e, assim, um modo de considerar Empedocles nao como simplesmente pre-socratico, mas tambem pre-pragmatico.

Referência(s)