
Manifestações clínicas de leptospirose eqüina no distrito de Cruzeiro dos Peixotos de Uberlândia-MG – relato de caso
2014; EDUFU; Volume: 12; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
1983-0777
AutoresBernardo Carvalho, P. F. A. Freitas, Glênio Moraes, Jennifer Ester de Sousa Bastos, Anna Monteiro Correia Lima, Antônio Vicente Mundim,
Tópico(s)Viral Infections and Vectors
ResumoA Leptospirose e uma zoonose bacteriana prevalente em todo o mundo. E causada por espiroquetas da especie Leptospira interrogans, que apresentam mais de 212 sorovares, agrupados em 23 sorogrupos. Este agente pode afetar animais domesticos, silvestres e seres humanos, representando, portanto, um importante problema de saude publica. A leptospirose equina e uma enfermidade causada por diferentes sorovares de Leptospira interrogans, manifestando-se normalmente por uveite recorrente, abortos ou outros disturbios reprodutivos. Embora evidencias sorologicas de infeccoes por leptospira sejam comuns em equinos, a doenca clinica nao e frequente. Em equinos a leptospirose geralmente se manifesta como doenca aguda ou cronica, individual ou de grupo de animais, sendo que a maioria das infeccoes apresenta carater inaparente, levando o clinico ter uma falsa impressao que esta enfermidade nao ocorre em equinos. Dois potros de aproximadamente tres anos foram encaminhados ao Hospital Veterinario da Universidade Federal de Uberlândia para aula pratica de orquiectomia, um destes animais apresentou sintomatologia clinica suspeita de leptospirose. Amostra de sangue deste animal foi encaminhada para o Laboratorio de Doencas Infecto-contagiosas da Faculdade de Medicina Veterinaria da Universidade Federal de Uberlândia para diagnostico laboratorial de leptospirose pelo teste de soroaglutinacao microscopica de campo escuro para leptospirose, apresentando resultado positivo. Estes dois potros eram provenientes de uma mesma propriedade, onde ainda havia mais dez animais da especie equina (todos sem raca definida, sendo sete cavalos e tres eguas), optou-se por realizar a soroaglutinacao microscopica em campo escuro nos soros destes animais. Alguns animais apresentavam temperatura em torno de 39°C, apatia, indisposicao, anorexia, ictericia e uveite, sendo que a uvea posterior apresentava- se hiperemica, edemaciada, com intenso lacrimejamento e fotofobia. No hemograma o destaque foi para leucocitose, com 16800 leucocitos por microlitro (iL), e no exame de soroaglutinacao de campo escuro para leptospirose o resultado foi positivo de oito em doze animais testados. Os sorovares mais envolvidos nesse relato foram butemo, cynopteri, icterohaemorrhagie,pomona, sentot, tarassovi, grippotyphosa, bratislava e wolffi. Nao houve positividade para australis, autumnalis, ballum, butembo, grippotyphosa, icterohaemorrhagiae, pomona e tarassovi. Muitas vezes o medico veterinario frente a equinos com manifestacoes de aborto, febre, apatia, anorexia, ictericia e uveite, com intenso lacrimejamento e fotofobia, nao costuma suspeitar sobre a possibilidade de encontrar positividade para leptospirose. A leptospirose, uma vez diagnosticada, pode ser tratada de forma eficiente e segura com antimicrobianos. Altas prevalencias de aglutininas anti-leptospira em equinos sugerem que estes animais sao possiveis carreadores da doenca, eliminando atraves da urina no meio ambiente e consequentemente infectando outros animais, como bovinos e humanos. Os resultados encontrados nestes animais comprovam que a infeccao por Leptospira sp. em equinos e uma realidade devendo-se, portanto, considerar a possibilidade da ocorrencia desta enfermidade na especie equina.
Referência(s)