
Desprendimento em Eckhart como positividade da Forma
2016; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO; Volume: 5; Issue: 2 Linguagem: Português
10.47456/sofia.v%vi%i.14984
ISSN2317-2339
Autores Tópico(s)Nietzsche, Schopenhauer, and Hegel
ResumoEste artigo analisa um aspecto contido num pequeno texto da ultima parte do volume 60 das obras completas de Heidegger (Fenomenologia da vida religiosa), chamado “Irracionalidade em Mestre Eckhart”. O elemento central da analise e “A imediaticidade da vivencia religiosa, a vitalidade indomavel da entrega ao sagrado, divino, nao exclui de si a forma – nem a mencao ao carater genuino de desempenho – mas nasce como culminacao (Aufgipfelung) de determinada teoria do conhecimento e psicologia historicamente condicionadas”. Mostra-se que a experiencia religiosa para Eckhart nao vai na linha da ascese crista, da renuncia da vida, mas, ao contrario, o conceito do Desprendimento (Abgeschiedenheit) pode ser visto num projeto de vida positivo de longo folego. O aspecto “negativo” da suspensao (epoche) na mistica do teologo turingio ali e proprio da nomeacao e desempenho da criatura, por ser limitada e dependente do ser de Deus. Todo desempenho e compreensao humana nao consegue esgotar o ser do criador; todavia, nem por isso deve deixar de faze-lo. Pelo contrario, deve tentar faze-lo do modo o melhor possivel. Ha que se estruturar a vida e o mundo da maneira maximamente perfeita possivel, mesmo sabendo, ou justo por saber que isso e “nada” frente a realidade suprema e absoluta. Significa que a experiencia religiosa nao exclui a forma e o desempenho, mas busca eleva-lo ao seu cume.
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