DISCURSIVO E NÃO-DISCURSIVO: ACONTECIMENTO EM FOUCAULT, DELEUZE E VEYNE
2016; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Volume: 7; Issue: 14 Linguagem: Português
10.5752/p.2177-6342.2016v7n14p715
ISSN2177-6342
Autores Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoOs domínios do discursivo e do não-discursivo podem, para o pensamento de Michel Foucault a partir da década de 1970, serem entendidos como configurando um <em>entrecruzamento </em>entre si, com o advento de um novo acento sobre problemáticas que se integrarão à sua arqueologia. Intentaremos neste artigo uma abordagem mais específica da categoria de <em>acontecimento </em>(<em>événement</em>) relevando deste entrecruzamento; primeiramente através de um estudo de <em>L’Ordre du discours</em>, sua aula inaugural no Collège de France em 1970, e então, pensando ainda outros desdobramentos para a visada foucaultiana, estenderemos o enfoque para a questão da <em>temporalidade</em> do acontecimento <em>via </em>Gilles Deleuze e das <em>práticas via </em>Paul Veyne. Como nexo entre estes três autores, explicitaremos a importância concedida ao <em>conceito</em> em sua esfera propriamente criativa e propositiva – não apenas uma descrição epistemológica, mas <em>tarefa</em> intelectual, – que nos permitirá igualmente abordar a possibilidade de uma outra teoria para a história, através do delineamento de novas grades de inteligibilidade a que incita o conceito. Desta maneira, dialogando com o contexto subjacente à nossa discussão, relativo à análise estrutural francesa, pretendemos, ao longo de nosso escrito, justificar igualmente o gesto que nos terá acompanhado de forma paralela, o de uma <em>acontecimentalização </em>da história, – alicerçado então, por sua vez, no trabalho ativo desta <em>filosofia do acontecimento</em>.
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