
A ordem pronominal em português brasileiro: da ênclise à próclise, do clítico ao tônico (or There and Back Again, a Word Order’s Holiday)
2017; Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Linguística; Volume: 14; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5007/1984-8412.2017v14n1p1717
ISSN1984-8412
AutoresGabriel de Ávila Othero, Rubia Wildner Cardozo,
Tópico(s)Linguistics and Education Research
Resumohttp://dx.doi.org/10.5007/1984-8412.2017v14n1p1717Investigamos as motivações gramaticais (i) para a mudança de ênclise para próclise, ocorrida em meados do século XIX, e (ii) para o uso do pronome tônico em função de objeto direto, observado atualmente em português brasileiro (PB). A hipótese central que perseguiremos aqui é que o uso do pronome tônico (e a perda do clítico) é uma tentativa de recuperar a ordem SVO, abandonada quando, em meados do século XIX, a próclise se fez categórica. Explicaremos o fenômeno na perspectiva da Teoria da Otimidade (TO), cf. Prince & Smolensky (1993), McCarthy & Prince (1993). A TO nos permitiu investigar as restrições envolvidas no fenômeno e a hierarquia dessas restrições (bem como sua mudança ao longo do tempo), algo essencial na explicação das alterações da colocação pronominal em PB. Concluímos que a implementação do pronome pleno como objeto tenha se consolidado, primeiramente, com os pronomes de terceira pessoa (e com os pronomes com características nominais, como você e a gente) e que a tendência seja que a estratégia de uso do tônico em função de objeto se generalize por todo o sistema pronominal.
Referência(s)