
A configuração diatópico-diacrônica do sistema de tratamento do português brasileiro
2013; Volume: 15; Linguagem: Português
ISSN
2236-0883
AutoresCélia Regina dos Santos Lopes, Márcia Cristina de Brito Rumeu, Zenaide de Oliveira Novais Carneiro,
Tópico(s)Linguistic Studies and Language Acquisition
ResumoEste artigo objetiva apresentar resultados quantitativos sobre o comportamentodos pronomes de 2a pessoa na posicao de sujeito e na de complemento verbal.A analise baseia-se numa amostra constituida por cartas escritas no Rio deJaneiro, Bahia e Minas Gerais em fins do seculo XIX e inicio do seculo XX.Considerando tres subsistemas de tratamento na posicao de sujeito: (i) tu; (ii)voce e (iii) voce ~ tu, buscamos correlacionar os padroes de variacao entre tu evoce com as formas variantes utilizadas como complemento: acusativo (te ~voce~lhe~o/a), dativo (te~lhe~para/a voce) e obliquo (para ti ~ voce) (cf. LOPESe CAVALCANTE, 2011). Nosso intuito e mostrar que esses subsistemas queaparecem no portugues brasileiro (PB) atual remontam ao seculo XIX. Osresultados evidenciaram que (i) a variacao das formas de complemento verbalreflete a mudanca na posicao de sujeito causada pela implementacao de voceno paradigma pronominal do PB; (ii) na posicao de acusativo, o clitico te foi a forma mais produtiva nas tres areas estudadas (RJ, BA e MG), embora o cliticolhe tambem tenha sido frequente na Bahia; (iii) em posicao dativa e obliqua,observamos algumas diferencas: nas cartas escritas na Bahia e Minas Gerais,houve uma correlacao entre os complementos dativos e obliquos e as formasusadas na posicao de sujeito; no Rio de Janeiro, a frequencia do dativo te foimaior do que as outras formas, mesmo quando voce nao era empregado naposicao de sujeito.
Referência(s)