Artigo Produção Nacional Revisado por pares

Evolução clínica de compactação de cólon ascendente em fêmea eqüina da raça Pônei – relato de caso

2014; EDUFU; Volume: 12; Issue: 2 Linguagem: Português

ISSN

1983-0777

Autores

L. A. F. Silva, Paulo Henrique Jorge da Cunha, V. T. Barbosa, Lorena Karine Soares, C. O. Guimarães, Cássia Maria Molinaro Coelho, Irving Franco, Lucas Jacomini Abud, Leandro Guimarães Franco, Maria Ivete de Moura, M. A. M. Silva,

Tópico(s)

Veterinary Equine Medical Research

Resumo

Foi atendido no Hospital Veterinario da Escola de Veterinaria da Universidade Federal de Goias, uma femea da raca Ponei Brasileira, com seis meses de idade e pesando 56kg, manejada em baia e recebendo alimentacao de concentrado e capim triturado. Segundo o proprietario, o animal apresentou, dois dias antes da consulta, sinais de colica, sendo medicada com 1,1mg/kg de flunixin meglumine. Ao exame clinico constatou-se frequencia respiratoria de 80 batimentos por minuto, frequencia cardiaca de 52 batimentos por minuto, tempo de preenchimento capilar de tres segundos, conjuntivas congestas, temperatura de 39oC, desidratacao de aproximadamente 8%, pH estomacal igual a cinco e meio e abdome distendido com sensibilidade no antimero esquerdo. Na auscultacao abdominal verificou-se hipermotilidade do intestino delgado, atonia de colon ascendente esquerdo, hipomotilidade de colon ascendente direito e movimento incompleto da valva ileocecal, suspeitando-se de compactacao de colon. O animal recebeu seis litros de solucao de cloreto de sodio a 0,9%, 150mg/kg de gluconato de calcio, 25mg/kg de dipirona sodica, todos via endovenosa e 100ml de suspensao de metilcelulose via sonda nasogastrica. Como o animal nao respondeu ao tratamento clinico, foi indicado o tratamento cirurgico, sendo submetido a laparotomia abdominal sob anestesia geral em centro cirurgico apropriado, confirmando a suspeita de compactacao de colon ascendente, proximo a flexura pelvica. Procedeu-se a sutura do segmento intestinal apos seu esvaziamento, empregando fio de nailon 0,25 em dois planos, Schimieden e Cushing. Antecedendo a laparorrafia instilou-se 1g de enrofloxacina na cavidade abdominal. O mesmo principio ativo foi empregado por via intramuscular na dosagem de 2,5mg/kg nos sete dias subsequentes. Foi realizada reposicao hidroeletrolitica por tres dias consecutivos, restringindo a alimentacao. No oitavo dia, durante o exame clinico suspeitou-se de peritonite, que foi confirmada atraves de hemograma e analise de liquido peritonial, ocasiao em que foi reiniciada a antibioticoterapia, porem com ceftiofur na dosagem de 3mg/kg via intramuscular perfazendo sete aplicacoes. Houve melhora no quadro e restabelecimento do animal. Entretanto, no 26o dia apos a intervencao cirurgica, foi diagnosticado novo episodio de colica intestinal, necessitando reintervir cirurgicamente, constatando presenca de aderencias entre o apice do ceco e o colon ventral, entre o colon ventral (especialmente no local da sutura) e o omento maior e entre o intestino delgado e colon ascendente. Foi constatada tambem presenca de torcoes parciais de duodeno e jejuno, que se projetaram entre as aderencias. Houve ainda, recrudescimento da compactacao. Apos desfazer as aderencias e a torcao parcial e esvaziar o colon ascendente, utilizou-se o mesmo protocolo empregado na reconstituicao dos planos anatomicos por ocasiao da primeira intervencao cirurgica. No quinto dia apos a reintervencao o animal veio a obito e a necropsia foi observada presenca de conteudo intestinal na cavidade abdominal e deiscencia parcial de ferida na regiao do colon onde foi praticada a primeira incisao. Concluiu- se que a deiscencia foi decorrente da fragilizacao do local apos desfazer as aderencias.

Referência(s)