Artigo Revisado por pares

Uma poesia descentrada ou os pais de Álvaro de Campos

2016; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; Issue: 11 Linguagem: Português

10.24858/237

ISSN

2237-6585

Autores

Sílvio Cesar dos Santos Alves,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

Num texto de 1966, intitulado “Uma literatura desenvolta ou os filhos de Alvaro de Campos”, Eduardo Lourenco aponta os ficcionistas portugueses emergentes entre as decadas de 50 e 60 como os legitimos descendentes do mais modernista dos heteronimos pessoanos, na medida em que se afastavam de certo compromisso com a etica e com a ideologia, desvalorizando o discurso logocentrico e as grandes narrativas. Partindo dos pressupostos laurentinos, pretendemos demonstrar em que sentido a poesia de Carlos Fradique Mendes, criado em 1869, a partir de uma experiencia heteronimica coletiva levada a termo por Antero de Quental, Eca de Queiros e Jaime Batalha Reis, pode ser vista como antecipatoria das inovacoes esteticas que Eduardo Lourenco afirma terem sido trazidas a poesia portuguesa pelo heteronimo futurista de Pessoa e retomadas pelos autores da “Nova Literatura”. Logo, em vez dos “filhos”, trataremos daqueles que, seguindo o mesmo raciocinio tracado por Lourenco, podem ser vistos como os “pais” geracionais ou intelectuais de Alvaro de Campos.

Referência(s)