Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Posição socioeconômica no curso de vida e comportamentos de risco relacionados à saúde: ELSA-Brasil

2017; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 33; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/0102-311x00017916

ISSN

1678-4464

Autores

Jéssica Costa Faleiro, Luana Giatti, Sandhi Maria Barreto, Lidyane do Valle Camelo, Rosane Härter Griep, Joanna M. N. Guimarães, Maria de Jesus Mendes da Fonseca, Dóra Chor, Maria da Conceição Almeida Chagas,

Tópico(s)

Food Security and Health in Diverse Populations

Resumo

Nosso objetivo foi investigar a associação da posição socioeconômica no curso de vida e da mobilidade social intrageracional com o baixo consumo de frutas e hortaliças, inatividade física no lazer e tabagismo entre 13.216 homens e mulheres participantes da linha de base do ELSA-Brasil (2008-2010). A posição socioeconômica na infância, juventude e vida adulta foi aferida pela escolaridade materna, classe sócio-ocupacional da primeira ocupação e classe sócio-ocupacional da ocupação atual, respectivamente. Desvantagens sociais na vida adulta foram consistentemente associadas à maior prevalência dos três comportamentos analisados em homens e mulheres. Entretanto, a posição socioeconômica na juventude e infância foi associada aos comportamentos de forma menos consistente. Por exemplo, enquanto a baixa escolaridade materna reduziu a chance de tabagismo passado (mulheres) e atual (homens e mulheres), ela foi associada à maior chance de inatividade física no lazer entre as mulheres. Já a exposição à baixa posição socioeconômica na juventude aumentou as chances de tabagismo passado (homens e mulheres) e atual (mulheres). A análise das trajetórias sociais deu suporte adicional à maior importância das desvantagens na vida adulta para comportamentos de risco, já que apenas indivíduos que ascenderam para a classe socio-ocupacional alta não apresentaram maior chance destes comportamentos quando comparados aos participantes que sempre pertenceram à classe sócio-ocupacional alta. Nossos resultados apontam que desvantagens socioeconômicas na vida adulta parecem ser mais relevantes para comportamentos de risco do que as desvantagens na infância e adolescência.

Referência(s)