Artigo Acesso aberto Revisado por pares

VIOLÊNCIA, FOME E SONHO: AS ESTÉTICAS DO SUBDESENVOLVIMENTO NO DISCURSO DE GLAUBER ROCHA

2017; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA; Volume: 11; Issue: 1 Linguagem: Português

10.13102/cl.v11i1.1504

ISSN

2594-9675

Autores

Paula Regina Siega,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Recuperando o texto Cinema Novo e Cinema Mundial, matriz do célebre Uma estética da fome, analisamos a perspectiva anticolonial de Glauber Rocha na tese que defendeu na cidade de Gênova, em 1965, e que ficou conhecida na Europa como A estética da violência. Com uma fala cortante e provocadora, Glauber Rocha denunciava, de um lado, o desejo de primitivismo do observador europeu e, do outro, o comodismo do público brasileiro, vendo em ambos a perpetuação de uma mentalidade tipicamente colonial. Ao superar o tradicional complexo de inferioridade do intelectual brasileiro frente à arte e ao pensamento europeus, o cineasta via na estética da violên-cia a possibilidade de uma revolução cultural do terceiro mundo. Receptor das escritas de Friedrich Nietzsche, Frantz Fanon e Josué de Castro, propunha um novo ponto de vista a partir do qual interpretar as criações artísticas do subdesenvolvimento, dissociando-o das suas habituais conotações melodra-máticas para revelar a sua condição trágica.

Referência(s)