Artigo Produção Nacional Revisado por pares

O Homem: Ser-No-Mundo-Com-Os-Outros

2017; UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA; Volume: 3; Issue: 2 Linguagem: Português

ISSN

2359-1951

Autores

Lenir Lopes Dettoni, Josenir Lopes Dettoni, Jovanir Lopes Dettoni,

Tópico(s)

Memory, Trauma, and Testimony

Resumo

No presente artigo, propomo-nos seguir alguns passos do pensamento antropologico de Heidegger. Para ele, a compreensao fundamental sobre o homem esta relacionada com a questao metafisica sobre o Ser, relegada desde a Escolastica. Seu intento e o de retoma-la, particularmente a partir de Aristoteles. O metodo que considera capaz de conduzir com eficacia os rumos deste intuito e o fenomenologico. Para uma adequada apresentacao de seu posicionamento sobre o tema, acompanhamos Heidegger em tres passos: no primeiro, o mundo; no segundo, a historia e, no terceiro, o homem. Sobre o mundo, o pensador o entende como o ambiente existencial do homem, ambiente no qual esta inserido, mas que e formado, projetado, ordenado pelo proprio homem atraves da linguagem. Assim, o homem e “jogado” no mundo, recebe o mundo ja dado. Mas o mundo so e mundo para ele enquanto pode transforma-lo, assumi-lo, dar-lhe sentido, pelo seu projeto. Quanto a historia, Heidegger sustenta que a dimensao espaco-temporal nao e meramente fisica, mas existencial, isto e, recebe sentido do homem e para o homem. Este, apesar de tambem “jogado no tempo”, assume o tempo, o seu tempo, com o seu passado e o orienta para o futuro. A historia e a possibilidade de o homem assumir-se e realizar o seu projeto e realizar-se como projeto. E na historia e pela historia que o homem se situa e se reporta ao Ser. Nesse sentido, o tempo e considerado como templo do Ser. Templo porque e no horizonte do tempo, nos limites do templo-tempo, que o homem pode se realizar. Ja no que se refere ao homem, o filosofo aponta que, inserido (ou jogado) no mundo, o ser humano nao vive so; vive rodeado de outros homens e de outros entes nao-humanos. E e na relacao dupla do homem com seus semelhantes e do homem com os nao-humanos que o homem vive, desenvolve-se e se projeta. O carater de coexistencia, portanto, e carater fundamental do homem. Com isso, o ser-no-mundo-com-o-outro e a condicao basica de humanizacao. Por fim, tecemos consideracoes sobre como a filosofia de Heidegger, apesar de sofrer consistentes criticas em nossos dias, de modo especial por seu carater antropocentrico, revela-se ainda importante para o pensamento contemporâneo e comporta interessantes categorias de analise fenomenologica acerca da existencia humana.

Referência(s)