
Não há saída sem a reversão da financeirização
2017; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 31; Issue: 89 Linguagem: Português
10.1590/s0103-40142017.31890004
ISSN1806-9592
Autores Tópico(s)Social and Economic Solidarity
Resumoda historia brasileira, falar de saidas para a crise econo-mica implica considerar duas ordens de fatores que se colocam como pressupostos, a primeira de ordem mais geral, e a segunda mais atinentea questao economica ou socioeconomica propriamente dita. Farei rapida men-cao a primeira nesta introducao e, na sequencia, tratarei de modo mais acurado, ainda que brevemente, da segunda. A consumacao do golpe de Estado que destituiu a presidenta eleita Dilma Rousseff em agosto de 2016 agregou a crise economica e social ja em curso uma crise politico-institucional de largas proporcoes, com seguidos conflitos e bate-cabecas entre os poderes constituidos. Aquelas alturas, ja estavamos com o sexto trimestre seguido de queda no PIB, com o desemprego se elevandoem velocidade escalar e com tensoes sociais crescentes decorrentes nao so da inseguranca de renda, que passa a atingir parcela substantiva da populacao, mas tambem das dificuldades orcamentarias de estados e municipios, com salarios de servidores em atraso e colapso dos servicos publicos. A destituicao da presidenta sem efetivo crime de responsabilidade, vis-ta como golpe por boa parte do mundo, inclusive pela imprensa internacional conservadora, explicitou a ilegitimidade dos novos donos do poder, de pronto associada as seguidas e reiteradas denuncias de corrupcao envolvendo nao so o mandatario mor, como praticamente todo o primeiro escalao do governo.Diante esse quadro, a tese de que o
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