Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Uma vaca urbana e cosmopolita

2007; Associação de Actividades Científicas; Issue: 52 Linguagem: Português

10.4000/lerhistoria.2536

ISSN

2183-7791

Autores

Maria Carlos Radich,

Tópico(s)

French Urban and Social Studies

Resumo

Este artigo procura acompanhar o percurso da vaca holandesa no Continente português, e identificar as fases que atravessou, desde o século XVIII, quando foi aqui introduzida, até perto dos nossos dias. Um longo período inicial, sobre o qual pouco se apurou, permitiu que, por meados do século XIX, a vaca holandesa se instalasse em Lisboa e arredores, para abastecer o mercado da cidade. A esta primeira fase segue-se a difusão pelo território rural, sem que o mercado de leite se alargasse de forma a evitar que a vaca fosse desviada da sua função leiteira. Nestas condições, foi forçada a trabalhar e a competir, numa mistura de funções, com as raças autóctones. As condições de vida e de alimentação que então conheceu diminuíram-na, até ao ponto de se duvidar da sua sobrevivência entre nós. Só na segunda metade do século XX – e é a terceira fase – o alargamento do mercado de leite, amparado por outras condições favoráveis aos produtores, permitiu finalmente que a vaca encontrasse condições adequadas à sua genuína vocação.

Referência(s)