Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Suprema Corte e segregação racial nos moinhos da Guerra Fria

2017; Fundação Getúlio Vargas, Escola de Direito; Volume: 13; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/2317-6172201709

ISSN

2317-6172

Autores

Sandro Ballande Romanelli, Fabrí­cio Ricardo de Limas Tomio,

Tópico(s)

Race, History, and American Society

Resumo

Resumo Este artigo investiga a influência da política externa norte-americana na Suprema Corte dos Estados Unidos da América no julgamento do caso Brown v. Board of Education of Topeka, de 1954, buscando demonstrar a permeabilidade daquela Corte aos interesses da política externa norte-americana. Tomando como ponto de partida os argumentos em dois precedentes da Corte envolvendo questões de raça (casos Dred Scott v. Sandford, 1856 e Plessy v. Ferguson, 1896), defende-se que a mudança de entendimento da Corte – que resultou na declaração de inconstitucionalidade das leis de segregação racial nas escolas – tem como um de seus pilares a necessidade de melhoria da imagem dos Estados Unidos no plano internacional, inserida no contexto de Guerra Fria. Neste aspecto, o artigo busca contrapor a tradicional leitura de que o caso seria mostra exemplar do ativismo político da Corte, lançando a hipótese de que a atuação contramajoritária da Suprema Corte foi fortemente incentivada por setores do próprio governo, como demonstram peças processuais e notícias jornalísticas dos bastidores da decisão.

Referência(s)