Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Perfil Funcional de usuários de serviços públicos e privados de reabilitação: proposta de indicadores para avaliar intervenções – estudo piloto

2017; Volume: 7; Issue: 1 Linguagem: Português

10.14295/jmphc.v7i1.346

ISSN

2179-6750

Autores

Amanda Neves Cruz Coelho, Fabiane Ribeiro Ferreira, Anderson Aurélio da Silva, Rosana Ferreira Sampaio,

Tópico(s)

Health, Nursing, Elderly Care

Resumo

Três fatores estão relacionados com um bom processo de reabilitação: considerar todos os aspectos da vida da pessoa, reconhecer o indivíduo como o foco central na tomada de decisões e assegurar intervenções especificas para atender de forma efetiva suas demandas em todos os serviços de saúde. Testar indicadores para coleta de informações funcionais que permitam monitorar e avaliar o impacto de intervenções realizadas em serviços de reabilitação, na Atividade e Participação de usuários abordados nesses serviços. Trata-se de um estudo transversal, em fase piloto, cujos dados de 197 usuários foram coletados no período de 2015 a 2016 em serviços de reabilitação de Belo Horizonte. Foram realizadas entrevistas face a face, na semana de início do tratamento, utilizando-se dois instrumentos de avaliação funcional cuja abordagem está ancorada na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). O primeiro, o Escore de Limitação de Atividade (ELA), descreve 18 ações básicas da vida diária, em quatro domínios: experiências sensoriais, aprendizado básico e aplicação de conhecimento, comunicação e mobilidade. Já o Escore de Restrição de Participação (ERP) descreve 22 atividades complexas em cinco domínios: cuidado pessoal, vida doméstica, relações e interações interpessoais, áreas principais da vida e vida comunitária, social e cívica. Estas escalas foram criadas em 2010 por Mont & Loeb que adotaram a quarta opção de operacionalização para atividade e participação propostas pela OMS. O ELA e o ERP têm uma escala de 0 a 100, com pesos por domínios, de forma a equalizar a importância dos mesmos no escore final. Do total de 197 usuários que deram entrada em serviços públicos e privados de reabilitação no período estudado, 66% eram mulheres, a média de idade 51 anos e, aproximadamente, metade da amostra tinha cursado ensino fundamental (completo ou incompleto). Quanto ao estado civil, 46,8% eram casados ou relataram união estável. O escore médio do ELA foi de 19,3 (Máx. 71,9; Min. 0), e para o ERP de 13,6 (Máx. 81,7; Min.0). O domínio da avaliação de atividade (ELA) que apresentou maior frequência de dificuldade severa foi Mobilidade sendo os piores itens avaliados “manter a posição do corpo”, seguido por “mudar a posição do corpo” e “levantar, carregar, mover e manusear objetos”. Na escala de participação (ERP), os domínios que apresentaram maior frequência de dificuldade severa foram: Vida Doméstica e Cuidado Pessoal, sendo os itens “realizar tarefas domésticas" e “ vestir-se e despir-se”, os mais citados respectivamente. A qualidade da assistência em saúde tem sido associada com a diminuição de custos, onde a abordagem assertiva inicial do usuário, sem necessidade de repetição de intervenções, é menos onerosa para os mesmos e para o sistema de saúde. Os escores apresentados pelos participantes deste estudo mostraram comprometimento importante no desempenho de funções básicas e dificuldades em lidar com atividades complexas no início do tratamento. Nesta pesquisa, os dois instrumentos deverão ser aplicados no momento da alta, para que se possa avaliar o impacto das intervenções de reabilitação na vida destas pessoas.

Referência(s)