
Sociabilidade, memórias e valores compartilhados: o cotidiano na Academia Brasileira de Letras durante a ditadura militar
2017; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 43; Issue: 2 Linguagem: Português
10.15448/1980-864x.2017.2.25129
ISSN1980-864X
Autores Tópico(s)Sociology and Education in Brazil
ResumoEste artigo pretende analisar em que medida a Academia Brasileira de Letras (ABL) serviu como instância de legitimação para a ditadura militar brasileira. Concentramos nossa análise nas práticas cotidianas da ABL a fim de restituir a complexidade e a ambiguidade das suas relações com regime que se instaurou em 1964. Assim, examinamos as visitas que os acadêmicos recebiam e os discursos feitos pelos anfitriões e convidados nessa ocasião; os votos de pesar dirigidos pelos acadêmicos aos familiares de personalidades que haviam falecido; e os valores enaltecidos na construção de uma memória dos grandes homens. A análise mostrou que a ABL concorreu a legitimar o regime instaurado em 1964 através de uma intensa sociabilidade entre os “imortais” e os representantes do regime, assim como pela difusão de valores compartilhados entre eles, especificamente os de patriotismo e de civismo.
Referência(s)