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HIPERSENSIBILIDADE IMEDIATA A INSULINA HUMANA, ANÁLOGOS DE INSULINA E A ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÂMICOS – UM CASO CLÍNICO

2016; Volume: 69; Issue: 1 Linguagem: Português

10.29021/spdv.69.1.642

ISSN

2182-2409

Autores

Pedro Andrade, Luísa Barros, Rosa Mascarenhas, Margarida Gonçalo,

Tópico(s)

Skin Diseases and Diabetes

Resumo

A insulina é um agente terapêutico indispensável para o controlo da diabetes mellitus. Os efeitos adversos da sua administração, em particular fenómenos de hipersensibilidade, são raros, particularmente após o desenvolvimento de preparações de insulina humana recombinante, no entanto podem originar reacções graves. Apresentamos o caso de um doente de 69 anos, diabético do tipo 2, referenciado por episódios recorrentes de lesões urticariformes nos locais de administração subcutânea de insulina Humalog® Mix 25, surgindo minutos após as injecções e regredindo espontaneamente ao fim de horas. Esta situação evoluía desde há um ano, após início de insulinoterapia. O doente não referia outra sintomatologia e negava alergias medicamentosas, à excepção de reacção generalizada não especificada na infância após administração de penicilina intramuscular. Foram realizados prick tests com diversos tipos de insulina humana e análogos, todos com reacções positivas. Os testes epicutâneos com as Séries Básica, de Veículos e de Metais revelaram reacção positiva ao nitrato de prata, sem relevância actual. Observou-se elevação dos níveis de IgE sérica (312 UI/ml) e as provas RAST foram positivas para as insulinas humana, bovina e porcina (classe 3) e para os antibióticos beta-lactâmicos (classe 2). Após suspensão da insulinoterapia não houve recorrência das lesões cutâneas, obtendo-se perfil glicémico razoável com nova combinação de antidiabéticos orais. A hipersensibilidade imediata a análogos de insulina é rara, exigindo um diagnóstico precoce e a suspensão do tratamento, podendo representar um desafio terapêutico importante e requerer uma abordagem multidisciplinar.

Referência(s)