
Entre a política e o prazer: ditadura, arte e boêmia através do filme Garota de Ipanema (Leon Hirszman, 1967)
2017; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 43; Issue: 2 Linguagem: Português
10.15448/1980-864x.2017.2.24749
ISSN1980-864X
AutoresCarlos Eduardo Pinto de Pinto,
Tópico(s)History, Culture, and Society
ResumoO artigo aborda, através da análise do filme Garota de Ipanema (Leon Hirszman, 1967) e de seu circuito social, as tensões entre política e prazer no cotidiano do Rio de Janeiro durante a ditadura militar. A releitura de uma canção da Bossa Nova através de um filme que pretendia acompanhar o cotidiano de uma menina de classe média em Ipanema é esperada como um rompimento com os pressupostos do cinema político seguidos até então por seu diretor, um dos expoentes do Cinema Novo brasileiro. Afinal, tanto a Bossa quanto Ipanema eram consideradas metonímias de uma boêmia despolitizada que não se conectava, aparentemente, com a proposta de intervenção da arte na sociedade, seguida pelos cinemanovistas. Ironicamente, o filme decepcionou a crítica, justamente por não ser um bom entretenimento, se propondo a compreender a inserção da protagonista no mundo, inclusive sua relação com a política sob uma ditadura. Desse modo, a análise possibilita pensar as conexões entre ditadura, arte e boêmia no filme e através dele.
Referência(s)