Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Perfil sociodemográfico e profissional dos gestores municipais de saúde de uma Microrregião de Minas Gerais

2017; Volume: 7; Issue: 1 Linguagem: Português

10.14295/jmphc.v7i1.472

ISSN

2179-6750

Autores

Ramon Augusto Ferreira de Souza, Tiago Ricardo Moreira, Adélia Contiliano Expedito, Renato Pereira da Silva, Christian Emmanuel da Silva Pelaes, Deíse Moura de Oliveira,

Tópico(s)

Maternal and Neonatal Healthcare

Resumo

A municipalização configura-se como um grande avanço, dada a possibilidade de uma maior aproximação da gestão, dos serviços e das ações ofertadas com as necessidades apresentadas pela população, considerando suas características sociodemográficas, perfil epidemiológico e especificidades loco regionais. Porém, sinaliza também um grande desafio para a consolidação do SUS, relacionados inclusive ao perfil dos gestores municipais, o que tem desenhado diferentes faces do SUS em todo o território nacional. Analisar o perfil sociodemográfico e profissional dos gestores do SUS de uma microrregião de saúde de Minas Gerais. Pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa, realizada com a totalidade dos secretários municipais de saúde da microrregião estudada, composta por nove municípios. A coleta de dados ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2015, por meio de um questionário autoaplicativo, sendo a análise realizada com o auxílio do Programa EPIINFO, versão 7.1.4 de 07/07/2014. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, inscrito sob o Parecer nº 1.147.443, de 08 de julho de 2015. Foram analisadas características pessoais e profissionais dos gestores, os papéis gerenciais e as opiniões sobre as funções gestoras. O perfil sociodemográfico aponta um predomínio de gestores do sexo masculino, com nível superior completo (55,6%), sendo 44% com formação na área da saúde. A maioria (77,8%) reside há mais de 20 anos no município em que atua. Em relação ao conhecimento sobre o Sistema Único de Saúde, nenhum secretário referiu conhecer muito bem o sistema, e 11,1% afirmaram não conhecer nada sobre o mesmo. Sobre as funções gerenciais, 55,6% afirmaram que passam a maior parte do tempo atendendo o público; 33,3% no planejamento das atividades e trabalhos com a equipe e 11,1% com a gestão de pessoas e tarefas administrativas. Quanto à gestão participativa, a maioria dos gestores (66,6%) a pontua como fragilizada. Neste cenário 33,3% dos gestores não percebe o conselho de saúde como atuante, e 44,5% afirma que o mesmo existe para cumprir formalidades. No que tange a participação popular 77,8% evidencia que a mesma ainda é incipiente. 55,6% dos entrevistados demarcam como dificuldade da gestão municipal a insuficiência de recursos financeiros, sendo que apenas 44,4% têm autonomia para ordenar as despesas referentes ao setor saúde. Em relação à compreensão dos gestores sobre as ferramentas de gestão, a maioria relatou conhecê-las, porém, 55,6% referem utilizá-las, porém dotados de dúvidas no processo. Evidencia-se a necessidade premente de políticas de educação permanente para os gestores, visando o enfrentamento dos desafios cotidianos. Sugere-se ainda o fortalecimento do controle social, como estratégia potencializadora da gestão participativa no processo de consolidação do SUS.

Referência(s)