
Indígenas residentes em domicílios "improvisados" segundo o Censo Demográfico 2010
2017; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 27; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/s0103-73312017000100005
ISSN1809-4481
AutoresGerson Luiz Marinho, Aline Diniz Rodrigues Caldas, Ricardo Ventura Santos,
Tópico(s)Child Nutrition and Water Access
ResumoResumo Os censos nacionais brasileiros empregam uma classificação de domicílios que se baseia nas categorias de "permanente", "improvisado" e "coletivo". Tal categorização é relevante para o campo da saúde, pois informações detalhadas sobre saneamento são coletadas somente para domicílios classificados como "permanentes". Este estudo descreve características sociodemográficas dos indígenas (sexo, idade, alfabetização, rendimento e etnia) que residiam em domicílios "improvisados" segundo o Censo Demográfico de 2010. A ocorrência de indígenas em domicílios "improvisados" (3,3 por mil indígenas) foi o dobro daquela observada para o país como um todo (1,5 por mil pessoas). Comparados aos indígenas em domicílios "permanentes", aqueles em "improvisados" apresentaram menores proporções de pessoas alfabetizadas e menores rendimentos, sobretudo em áreas urbanas e fora de terras indígenas. Guarani Kaiowá e Kaingang residentes fora de terras indígenas apresentaram as mais expressivas ocorrências de residentes em domicílios "improvisados" (82,0 e 90,9 por mil, respectivamente). Argumenta-se que, ao mesmo tempo que a caracterização de uma moradia indígena como "improvisada" pode decorrer de problemas na definição e aplicação das categorias, é possível que, sobretudo no contexto urbano e fora de terras indígenas, os indígenas residentes em domicílios "improvisados" apresentem maior vulnerabilidade socioeconômica.
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