
O ogro no espelho: Hanibbal Lecter e o mito do homem selvagem
2017; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Issue: 18 Linguagem: Português
10.11606/issn.1984-1124.v0i18p108-122
ISSN1984-1124
AutoresRosane Maria Cardoso, Marina Rodrigues de Oliveira,
Tópico(s)Gothic Literature and Media Analysis
ResumoO canibalismo é uma prática tão antiga quanto a humanidade e compreende muitos desdobramentos. Manifestou-se em períodos de fome intensa, em rituais pagãos e em representações artísticas. Tabu incontestável no Ocidente é visto atualmente como crime hediondo. Na literatura, a personagem que geralmente sintetiza esse tipo de barbárie é o ogro, criatura de índole perversa que quer devorar aqueles que atravessam seu caminho. O canibal/ogro adquire várias formas, de deuses primitivos, passando pela bruxa ou pela madrasta má dos contos de fadas até versões vampirescas. Este artigo discute o canibalismo na narrativa contemporânea, considerando o fascínio que provoca Hannibal Lecter, personagem central dos best-sellers de Thomas Harris e de exitosas narrativas audiovisuais. Colocando o renomado psiquiatra e serial killer na posição de ogro contemporâneo, analisa-se a sua relação, como ogro, com um mito ancestral, o mito do homem selvagem discutido pelo antropólogo Roger Bartra.
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