
Angústia hipocondríaca e o eterno retorno do presente: considerações a partir do filme Sinédoque, New York
2017; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 28; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1590/0103-656420150102
ISSN1678-5177
Autores Tópico(s)Mental Health and Psychiatry
ResumoResumo A partir de questionamentos levantados pelo filme Sinédoque, New York (2008), pretende-se discutir a articulação da angústia hipocondríaca com a temporalidade. Observa-se que no filme o recurso do flashback não é utilizado; a temporalidade, que se instaura diante da angústia relacionada a sintomas hipocondríacos do personagem, calca-se em um presente absoluto. A hipocondria foi considerada por Freud uma neurose atual e a angústia a ela articulada opera como a contrapartida afetiva do encontro com o desamparo gerado pelo desfacelamento da imagem corporal. Estamos, portanto, diante da face traumática desse afeto que torna a ser discutido no contexto das neuroses traumáticas e mediante o conceito de angústia automática em 1926. A partir de então, a questão da atualidade dos sintomas, já indicada nas neuroses atuais, ganha um novo sentido: trata-se de uma problemática que não pôde ser representada e, por isso, insiste, instaurando eterno retorno do presente.
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