Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

ESCRITAS E INSCRIÇÕES O deslocar-se enquanto leitura da paisagem urbana

2017; UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS; Volume: 1; Issue: 1 Linguagem: Português

10.15210/pixo.v1i1.10758

ISSN

2526-7310

Autores

Cristiano Meirelles, Fabrício Barreto,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

A paisagem urbana se constitui de expressões gráficas que são apresentadas de distintas formas. Dentre essa diversidade visual aparecem traços feitos em paredes, muros e fachadas, inscrições[1] produzidas com diferentes motivações e finalidades. Essas inscrições geram observações, discussões, aceitação ou recusa que perpassa, inclusive, categorias jurídicas[2]. Antes de qualquer tentativa de definição ou conceituação pautada pela estética, entendemos essas inscrições como o uso da paisagem urbana para comunicação[3]. Quem produz as inscrições está escrevendo[4] na cidade, de certa maneira utilizando-a como página. Somente se deslocando podemos ler estas páginas. Ao identificar a recorrência de uma dessas inscrições - percebida pela semelhança no traço - buscamos registrar e acompanhar seu desenvolvimento, ou seu desaparecimento. Caminhar, fotografar, escrever, mapear… enfim, transitar é experienciar. Isso implica deslocar-se pela cidade, vivenciar o urbano. Perceber a cidade é realizar uma leitura, interagir com ela. Distinguindo estas inscrições nos percebemos neste ambiente, somos constituídos e constituintes desta paisagem[5]. Munidos de câmera fotográfica e receptor GPS (Sistema de Posicionamento Global) registramos estas inscrições. Nos deslocamos de bicicleta pela cidade, marcamos pontos de GPS e fotografamos paredes onde esta expressão se repetia. A partir de leituras realizadas, procuramos uma tentativa de sistematizar dados com a finalidade de contribuir nas observações, traçando narrativas que remetem à deslocamentos e, consequentemente, à própria percepção da paisagem urbana.[1] KNAUSS, Paulo. Grafite Urbano Contemporâneo. In: TORRES, Sônia (org.). Raízes e rumos: perspectivas interdisciplinares em estudos americanos. Rio de Janeiro: Sete Letras, 2001. p. 335.[2]http://justificando.cartacapital.com.br/2016/12/05/lawfare-contra-os-pixadores-em-belo-horizonte-em-tres-atos/. Acessado em 15/03/2017.[3] PAIXÃO, Sandro José Cajé da. O meio é a paisagem: pixação e grafite como intervenções em São Paulo. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós Graduação Interunidades em Estética e História da Arte - Universidade de São Paulo. São Paulo: 2011.[4]PINHEIRO, Luizan. Grafite: Submissão, asfixia e blá, blá, blá. Anais do 16° Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores de Artes Plásticas - ANPAP. Florianópolis: 2007.[5] SIMMEL, Georg. A Filosofia da Paisagem. In: Revista de Ciências Sociais Política & Trabalho - Edição 12. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa: 1996. p. 15-24.

Referência(s)