
Persistência do quarto arco aórtico direito: relato de caso
2014; EDUFU; Volume: 20; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
1983-0777
AutoresTaís Meziara Wilson, Thaísa Reis dos Santos, Guilherme Dias Araujo, Renato Linhares Sampaio,
Tópico(s)Cardiovascular Conditions and Treatments
ResumoA persistencia do arco artico direito e uma anomalia congenita do anel vascular provocada por defeitos na embriogenese dos arcos aorticos podendo causar aprisionamento do esofago e, as vezes, da traqueia. A constricao esofagica leva ao megaesofago secundario, geralmente com localizacao cranial a base cardiaca. Caracteriza-se por dilatacao esofagica e falta parcial ou total do peristaltismo, podendo ser secundario ao rompimento do reflexo nervoso da degluticao ou a perda da funcionalidade dos musculos esofagicos, acarretando na retencao do material ingerido dentro do esofago e consequente distensao esofagica. Os sinais clinicos sao regurgitacao de alimento nao digerido (geralmente apos a ingestao), ma condicao corporal, pneumonia e tosse pela aspiracao da comida regurgitada. O diagnostico e firmado por esofagografia que pode sugerir megaesofago e contricao esofagica na base cardiaca. Geralmente mostram tambem mediastino cranial alargado e deslocamento ventral da traqueia, podendo ou nao haver evidencia de pneumonia por aspiracao. O tratamento e cirurgico e a identificacao do tipo de anomalia vascular que acomete o animal e observada durante o procedimento operatorio. Podera ocorrer regurgitacao persistente mesmo com a cirurgia bem sucedida, indicando disturbio de motilidade esofagica permanente. O tratamento clinico e paliativo com aumento da frequencia das refeicoes, oferecias em pequenas porcoes liquidas a pastosas, em posicao de supina. Assim, objetivou-se relatar um caso de persistencia do arco artico direito em um canino atendido no Hospital Veterinario de Uberaba (HVU). Foi atendido no HVU um canino, macho de dois meses de idade, da raca Blue Hiller, com 3,3 kg de peso corporal e com historico de regurgitacao uma a duas horas apos a refeicao e emagrecimento progressivo. Ao exame fisico observou-se baixo escore corporal do animal, mucosas roseas, animal alerta e ativo, parâmetros vitais dentro dos valores normais para a especie, sem alteracao a palpacao toracica e abdominal ou auscultacao cardiopulmonar. Devido historico e sinais clinicos suspeitou-se de megaesofago e foi realizada esofagografia contrastada com sulfato de bario (3ml/kg). Pela imagem foi evidenciado estenose do lumem esofagico na regiao da base do coracao com dilatacao esofagica cranial a estenose formando uma saculacao, sem alteracao pulmonar que pudesse sugerir pneumonia aspirativa. As imagens radigraficas sugeriam um megaesofago secundario a anomalia do anel vascular. O animal foi entao encaminhado ao bloco cirurgico e o tratamento instituido foi toracotomia e resseccao cirurgica do ligamento arterioso. No pos-operatorio foi feito fluidoterapia, antiinflomatorio nao esteroidal, analgesico e curativo da ferida cirurgica. Apos dois dias da cirurgia o animal estava em bom estado, sem regurgitacao apos as refeicoes. O animal foi reavaliado apos 10 dias do procedimento cirurgico e permanecia sem regurgitacao. O diagnostico e o tratamento precoce influencia no prognostico e reducao do megaesofago favorecendo a evolucao do quadro com ausencia de regurgitacao e podendo obter recuperacao total do quadro clinico do animal.
Referência(s)