Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Mortalidade por lúpus eritematoso sistêmico no Brasil: avaliação das causas de acordo com o banco de dados de saúde do governo

2017; Elsevier BV; Volume: 57; Issue: 6 Linguagem: Português

10.1016/j.rbr.2017.05.007

ISSN

1809-4570

Autores

Luisa Ribeiro Costi, Hatsumi Miyashiro Iwamoto, Dilma Costa de Oliveira Neves, Carlos Caldas,

Tópico(s)

Whipple's Disease and Interleukins

Resumo

Caracterizar as causas de mortalidade em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) no Brasil entre 2002 e 2011. Estudo ecológico exploratório de uma série cronológica com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus). A taxa de mortalidade por LES no Brasil foi de 4,76 mortes/105 habitantes. A taxa de mortalidade foi maior nas regiões Centro‐Oeste, Norte e Sudeste do que no país como um todo. Houve 6,3% menos e 4,2% mais mortes do que o esperado nas regiões Nordeste e Sudeste, respectivamente. A média de idade ao óbito foi de 40,7 ± 18 anos e 45,61% dos óbitos ocorreram entre 20 e 39 anos. A incidência foi maior nas mulheres (90,7%) e nos brancos (49,2%). Os distúrbios do sistema musculoesquelético e do tecido conjuntivo foram mencionados como a causa subjacente de morte em 77,5% dos casos; também foram observadas doenças do sistema circulatório e infecciosas e parasitárias, embora em menor frequência. O LES foi mencionado como a causa subjacente de óbito em 77% dos casos, sem diferença entre as regiões brasileiras (p = 0,2058). As principais causas de morte associadas ao LES foram, em ordem, doenças dos sistemas respiratório e circulatório e doenças infecciosas e parasitárias. Este estudo identificou a necessidade de maior controle dos fatores de risco para doenças cardiovasculares e uma melhor compreensão da patogênese da aterosclerose no LES. As causas infecciosas ainda são frequentes e o manejo deve ser melhorado, especialmente nos estágios iniciais da doença. To characterize the causes of mortality in patients with systemic erythematosus lupus (SLE) in Brazil between 2002 and 2011. An exploratory ecological study of a time series using data from the Mortality Information System of DATASUS, the Department of the Unified Health System (Brazil's National Health System). Brazil's SLE mortality rate was 4.76 deaths/105 inhabitants. The mortality rate was higher in the Midwest, North and Southeast regions than in the country as a whole. There were 6.3% fewer and 4.2% more deaths than expected in the Northeast and Southeast regions, respectively. The mean age at death was 40.7 ± 18 years, and 45.61% of deaths occurred between the ages of 20 and 39. Incidence was highest in women (90.7%) and whites (49.2%). Disorders of the musculoskeletal system and connective tissue were mentioned as an underlying cause of death in 77.5% of cases, and diseases of the circulatory system and infectious and parasitic diseases were also noted in fewer cases. SLE was mentioned as an underlying cause of death in 77% of cases, with no difference between the Brazilian regions (p = 0.2058). The main SLE‐related causes of death were, sequentially, diseases of the respiratory and circulatory systems and infectious and parasitic diseases. This study identified a need for greater control of risk factors for cardiovascular diseases and a better understanding of the pathogenesis of atherosclerosis in SLE. Infectious causes are still frequent, and management should be improved, especially in the early stages of the disease.

Referência(s)