Artigo Produção Nacional Revisado por pares

ASSINATURA MANTÉLICA NOS SERPENTINITOS DO MORRO DO NÍQUEL, PRATÁPOLIS - MG

2016; Linguagem: Português

ISSN

1519-8634

Autores

Filipe Goulart Lima, Antenor Zanardo,

Tópico(s)

Geochemistry and Geologic Mapping

Resumo

Apesar de suas pequenas dimensoes (900x400 metros), o Morro do Niquel, localizado no municipio de Pratapolis (MG), e um importante deposito de niquel lateritico do ponto de vista geologico, economico e historico, que vem sendo explotado nas ultimas cinco decadas. Esse corpo serpentinitico se situa ao norte da Zona de Sutura de Alterosa, fazendo parte da Faixa Brasilia Meridional, inserindo-se no contexto da Zona de Cisalhamento Campo do Meio. Se encaixa no embasamento cristalino regional, constituido por sequencias infracrustais arqueanas e paleoproterozoicas do Complexo Barbacena e pela sequencia tipo Greenstone Belt do Morro do Ferro (GBMF). Apresenta contatos tectonicos de alto ângulo com gnaisses do Complexo Barbacena e xistos metamaficos-ultramaficos relacionados ao GBMF, havendo ainda, em suas imediacoes, metassedimentos correlacionados ao Grupo Araxa. As variacoes geologicas aflorantes se devem a processos lateriticos, os quais nao sao o cunho do presente trabalho. Esse macico ultramafico e constituido por serpentinitos com variados padroes de fraturamento, sendo seu protolito entendido como um peridotito associado as intrusoes igneas basicas mesoproterozoicas. Estudos nesse corpo abordaram, principalmente, os aspectos economicos e processos supergenos responsaveis pela mineralizacao. Sao poucas as referencias bibliograficas a cerca da genese do peridotito, suas relacoes geologicas com os demais litotipos a sua volta e tambem quanto ao processo de serpentinizacao, carecendo entao de dados petrograficos e geoquimicos para maiores consideracoes petrogeneticas. Apresenta-se aqui resultados analiticos para amostras de serpentinito obtidas em superficie (rocha nao intemperizada) e tambem em um testemunho de sondagem realizada pela Mineracao Morro Azul. A caracterizacao foi realizada atraves dos metodos de Fluorescencia de Raios X, Espectrometria de Massa por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-MS) e Espectrometria de Emissao Atomica por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-AES), resultando em uma contribuicao para melhor entendimento da genese do protolito. Trabalhos recentes tem abordado a baixa mobilidade dos elementos maiores na serpentinitzacao de corpos peridotiticos, desde que nao tenham se formado talco e brucita. Esses, em conjunto com os elementos terras raras (ETR) e aqueles de alto campo de forca (HFSE – High Field Strength Elements – Y, Ti, Zr e Hf), serao utilizados na discuticao das caracteristicas originais do peridotito. Os resultados quimicos apontam altos de teores de MgO, Cr e Ni, e baixos teores de Al2O3. As razoes Al/Si estao abaixo dos valores tidos para o manto primitivo (MP) e os diagrama Mg/Si versus Al/Si apontam o campo de serpentinitos abissais. Os ETR e os HFSE se mostram abaixo dos teores relativos ao MP. O empobrecimento dos ETR, dos HFSE e do aluminio, relativos ao MP, apontam a possibilidade de esse peridotito ser um residuo de uma fusao parcial. Isso se deve ao fato de esses elementos serem incompativeis a mineralogia peridotitica, sendo removidos pelo fundido, o que resulta em uma assinatura geoquimica semelhante aos peridotitos provenientes do manto superior.

Referência(s)