A memória política da repressão no conto de Ricardo Ramos

2008; Volume: 4; Issue: 4 Linguagem: Português

ISSN

1983-1498

Autores

Maria Beatriz Zanchet,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

As repercussoes do Golpe Militar de 1964 e os acontecimentos politicos e sociais dele decorrentes exerceram profundas manifestacoes no âmbito da literatura. O conto “O terceiro irmao”, de Ricardo Ramos, extraido da obra Circuito Fechado, representativo dessa situacao, permite discutir o gesto semântico como um gesto fundamentalmente politico: revela-se como uma alegoria critica sobre o povo brasileiro, crucificado entre a esquerda e a direita, o liberalismo e o conservadorismo, a modernidade e a tradicao. A trama ficcional envolve tres irmaos, nao nominados, mas identificados como o mais velho, o mais novo e o terceiro. A estrutura, centrada no dialogo antitetico entre o irmao mais velho (direita, conservadorismo, defesa dos interesses de classe) e o irmao mais novo (esquerda, liberalismo, critica ao sistema, protesto) e mediada pelo terceiro irmao (sintese e vitima humanitaria). Situando o texto em suas relacoes com o contexto de epoca, e possivel desdobrar a alegoria e estabelecer, entre a tese e a antitese, entre a esquerda e a direita uma sintese critica e conciliadora conotada no terceiro irmao.

Referência(s)