Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Physical and chemical analysis in the determination of clay provenance of the orientalizing ceramics found in the Cyclades and in Eastern Greece (VII-VI cent. B.C.)

1997; Issue: supl.2 Linguagem: Português

10.11606/issn.2594-5939.revmaesupl.1997.113440

ISSN

2594-5939

Autores

Haïganuch Sarian,

Tópico(s)

Maritime and Coastal Archaeology

Resumo

O objetivo deste artigo é a análise físico-química da cerâmica de estilo orientalizante das ilhas Cíclades e da Grécia de Leste, datada dos sécs. VII e VI a.C. Os locais de achado envolvidos são sobretudo Delos, Meios, Naxos, Paros, Sifnos e Tasos, quanto às ilhas, e Náucratis, Fikelura, Quios, Rodes, Mileto, no tocante ao Mediterrâneo Oriental. A moderna ceramografta tem insistido nas determinações das origens das argilas com que se confeccionaram os artefatos cerâmicos. Ora, nem sempre é possível detectar-se, apenas pela análise formal, técnica e estilística, que um determinado vaso cerâmico reflete modelos de um centro produtor mais importante, e esse aspecto é relevante também se levarmos em conta a intensidade do tráfico e das relações existentes sob várias formas — contatos de natureza múltipla — entre as culturas da Antigüidade Clássica. Esta inter-relação entre as cidades gregas provocou formas de imitação, de assimilação total ou parcial dos artefatos cerâmicos. De tal modo que o estudo das argilas pode identificar e caracterizar as produções locais distinguindo-as das produções externas. Tal análise das argilas só poderá oferecer um resultado razoável se combinado com o estudo do meio geológico local e, desta feita, o estudo petrográfico, a partir da cooperação íntima entre arqueólogos e geólogos, possibilita confirmar ou infirmar a existência de um facies particular da argila tida como local para as séries consideradas, a verificação também de ser este facies local característico de uma região ou de um grupo de regiões, estabelecendo-se a relação entre os componentes da argila e os recursos geológicos da área. Estas análises e suas interpretações sugerem um verdadeiro leque de possibilidades: toda questão dos contatos entre as cidades gregas do séc. VII a.C. e do séc. VI a.C. se ressente de um melhor conhecimento das origens dos vasos orientalizantes, comprovando formas de relações religiosas, políticas e econômicas entre regiões mais ou menos distanciadas do mundo mediterrânico.

Referência(s)