Cervantes – precursor da contemporaneidade

2008; Volume: 1; Issue: 1 Linguagem: Português

ISSN

1981-4755

Autores

Patrícia Virginia Cuevas Estivil, Lourdes Kaminski Alves,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Aesthetics

Resumo

RESUMO: As transformacoes, que vem ocorrendo nas narrativas latino-americanas a partir de Cervantes, permitem fazer relacoes entre a sua obra e a Nova Novela Historica Latino-Americana (NNHLA) e considera-lo o antecessor do novo genero narrativo. Nas narrativas novelistica e contista, levam a acreditar que houve um processo de maturidade que afetou os escritores latino-americanos e suas producoes literarias. Tal processo se desata na procura por explicar a realidade por meio da invencao deliberada de elementos ficcionais que os sentidos nao percebem e representam o esforco individual da genial imaginacao de Cervantes, fazendo com que essa narrativa adquirisse caracteristicas especiais, as quais foram analisadas por Ainsa (1991) neste novo genero narrativo. O primeiro romance moderno – Dom Quixote de la Mancha, (1605-1615) de Miguel de Cervantes – induziu a uma nova visao do fazer literario, caracterizado pelo desejo imperioso de seu autor de “fazer-de-outro-modo” e guiado por um certo ideal ascetico que percorre toda a obra de Cervantes. Esse novo modo de fazer literatura acaba por contagiar os escritores latino-americanos que buscavam ansiosamente romper com a tradicao literaria. Cabe, aqui, destacar que o termo “fazer-de-outro-modo” esta sendo usado, neste estudo, no sentido empregado por Nietzsche (1987), em Genealogia da Moral. O novo fazer narrativo dos escritores latino-americanos revela nao apenas uma transformacao no fazer literario, mas tambem uma reacao contraria a centralizacao do foco tematico das obras na problematica social, que banalizada as obras, elevando-as, desta forma, ao nivel dos mais conceituados romances polifonicos.

Referência(s)