Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A Salomé de Oscar Wilde: Véus, espelhos e decapitações na Belle Époque

2017; Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (EDIPUCRS); Volume: 24; Issue: 3 Linguagem: Português

10.15448/1980-3729.2017.3.26065

ISSN

1980-3729

Autores

Maria Cristina Franco Ferraz, Louise Ferreira Carvalho,

Tópico(s)

Social and Cultural Studies

Resumo

No final do século XIX, assistiu-se, na cultura ocidental, a uma proliferação obsessiva do tema bíblico de Salomé e da decapitação de João Batista, investigada neste artigo ensaístico a partir da peça Salomé (1893), de Oscar Wilde. A disseminação desse episódio na modernidade já laicizada pode ser lida como um dos indícios mais enfáticos da insistência da época em explorar temas pulsantes: o desejo, a sexualidade, a crise da identidade e da suposta coesão do “eu”. Na esteira de Nietzsche, a obra de Wilde realiza um interessante jogo de véus, de máscaras e de espelhos, elevando o falso a sua mais alta potência. Retomando trechos da peça, ressaltaremos os perigos do olhar e das pulsões que levaram a subjetividade moderna a “perder a cabeça”.

Referência(s)