Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Máscaras: multidão: dispersão: dois pontos

2009; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 9; Linguagem: Português

10.20396/etd.v9i0.1055

ISSN

1676-2592

Autores

Elenise Cristina Pires de Andrade, Érica Speglich,

Tópico(s)

Brazilian cultural history and politics

Resumo

Costumava ser mais fácil: fechar as fronteiras, montar os bloqueios de estrada,parar os trens, cortar as linhas telefônicas e então reprimir seu povo com impunidade. Foi isto o que os militares fizeram na antiga Birmânia quando esmagaram um levante pró-democracia em 1988. Na semana passada, quando os generais começaram a atacar os monges budistas e seus simpatizantes nas ruas de Mianmar, eles descobriram que o mundo tinha mudado. As pessoas estavam assistindo. A junta se viu face a face com uma revolução na tecnologia da resistência, na qual um exército guerrilheiro de cidadãos repórteres estava transmitindo vídeos, fotos e notícias pela Internet enquanto os eventos se desenrolavam. As imagens chegaram às telas de televisão e aos jornais, e o mundo foi inundado de cenas de dezenas de milhares de monges nas ruas e do caos e violência enquanto a junta reprimia o maior levante popular em duas décadas. A velha tecnologia de armas e cassetetes foi superada pelo imediatismo da comunicação eletrônica de uma forma que o mundo nunca viu. (...)"Hoje, todo cidadão é um correspondente de guerra", disse Phillip Knightley, autor de "The First Casualty" (a primeira baixa), uma história do jornalismo de guerra que começa com as cartas enviadas por soldados na Criméia, nos anos 1850, à "guerra na sala de estar" no Vietnã nos anos 70, quando pessoas puderam assistir uma guerra pela televisão pela primeira vez."Os celulares com vídeo com capacidade de transmissão possibilitaram a qualquer um noticiar uma guerra", ele escreveu em uma entrevista por e-mail. "Basta apenas estar lá".

Referência(s)