
DAS TELAS DE CINEMA À TERRA QUE SE FAZ TINTA: UNGULANI BA KA KHOSA ENTRE AS ESTÓRIAS DE MOÇAMBIQUE E A HISTÓRIA MOÇAMBICANA
2017; Universidad Santo Tomás; Volume: 1; Issue: 15 Linguagem: Português
ISSN
2500-543X
Autores Tópico(s)African history and culture studies
ResumoUngulani Ba Ka Khosa, evoca, ao longo de 25 anos de producao literaria, as diversas faces de Mocambique ao longo da historia. Por vezes, o mote da releitura historica sao as narrativas que propoem a aproximacao com um passado distante, destacando o esfacelamento de regimes totalitarios, como em Ualalapi (1987), ou a pluralidade cultural mocambicana, desafiadora dos preconceitos coloniais, evidenciada em Choriro (2009), ambos voltados para o seculo XIX. Outras vezes, os textos contemplam um passado mais recente, maculado pela insidiosa desarmonia entre os projetos utopicos e as praticas governamentais. Ao longo das linhas de Entre as memorias silenciadas , titulo publicado no ano de 2013, Khosa traz a publico uma nova proposta de reconfiguracao alegorica da historia mocambicana. A ousadia da obra fica patente quando percebemos o exercicio intertextual resultante da retomada e reescrita de outro texto de sua autoria, No reino dos abutres , publicado em 2002. Apos uma decada, o escritor mocambicano reinventa e aprofunda questoes vislumbradas no livro de 2002, entre elas a conflitante convivencia entre as tradicoes e a modernidade no territorio mocambicano. As memorias reconstruidas se abrem para um dialogo inter-artes, donde se destacam a presenca do cinema no cotidiano de Lourenco Marques ou as referencias as artes plasticas, sobretudo a pintura de Bertina Lopes, no espaco caotico representado pelo campo de reeducacao, um fantasma que assombrou a sociedade mocambicana anos apos a conquista da Independencia. Nossa leitura propoe analisar o devir dessas referencias a outras artes como estrategias de releitura alegorica da historia de Mocambique.
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