O Estado, o interesse nacional e o poder de pressão das elites regionais: a institucionalização da região vinícola do Dão, 1907-1910
2017; Associação de Actividades Científicas; Issue: 70 Linguagem: Português
10.4000/lerhistoria.2675
ISSN2183-7791
Autores Tópico(s)French Historical and Cultural Studies
ResumoA criação das regiões vinícolas por João Franco, em ditadura, configura um novo entendimento sobre o papel do Estado e sobre o modo como deve ser entendido o interesse nacional, que pouco tem que ver com a filosofia subjacente ao liberalismo. A decisão política de proceder à demarcação territorial de regiões vinícolas reorganizou os principais centros de produção de vinho, descentralizou a regulação da produção e da comercialização, beneficiando espaços territoriais e interesses corporativos, subverteu as dinâmicas próprias do mercado nacional e influenciou a concorrência entre as principais regiões produtoras. A criação da região demarcada do Dão ocorreu, assim, num contexto de crise do subsetor do vinho, mas também num período de fragilidade do Estado liberal. A pressão das elites regionais foi decisiva para a institucionalização da região do Dão, mas o sucesso das suas reivindicações tem que ser entendido em ligação com a crise do Estado liberal.
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