
A imagem como potência de reflexão
2017; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE; Volume: 11; Issue: 20 Linguagem: Português
10.22409/1981-4062/v20i/221
ISSN1981-4062
Autores Tópico(s)Memory, Trauma, and Testimony
ResumoDurante longo tempo, segundo uma antiga conceptualidade filosófica, a imagem foi associada ao reflexo, à cópia, à multiplicação gratuita dos seres ou ao simulacro da presença efetiva. No presente ensaio, contra essa tradição de desqualificação, tentamos mostrar que é possível pensar a imagem não como um simples reflexo, mas como uma verdadeira potência de reflexão. A partir de uma análise recente de Jacques Rancière, que categoriza uma “pensatividade” em relação a algumas imagens particulares da arte, tentamos mostrar que essa pensatividade é extensível de um modo mais geral ao regime estético do pensamento da imagem, desde sua origem kantiana. As considerações de Deleuze sobre os signos-hieróglifos proustianos ou as meditações de Rilke diante das superfícies da estatuária de Rodin mostram o que está mais profundamente em jogo nesse deslocamento estético do estatuto da imagem: a possibilidade de uma vida não idêntica no sensível.
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