Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Aves da Mata Atlântica em extinção

2017; Escola Nacional de Administracao Publica; Volume: 40; Issue: 4 Linguagem: Português

10.21874/rsp.v40i4.2160

ISSN

2357-8017

Autores

Helmut Sick,

Tópico(s)

Geography and Environmental Studies

Resumo

Os ornitólogos, trabalhando sobre as aves do Brasil, estão muito preocupados com o processo de escasseamento das aves deste país. Há alguns anos apresentamos uma lista de cinquenta aves brasileiras raras ou ameaçadas de extinção (Sick & Teixeira, 1979). Para o nosso livro Ornitologia brasileira, no prelo na Editora da Universidade de Brasília, revimos a lista e chegamos a 52 espécies. A área mais atingida no processo de diminuição de aves é a Mata Atlântica. A Mata Atlântica cobriu, antigamente, uma faixa mais ou menos larga, seguindo a costa e penetrando em parte profundamente no interior de todos os estados costeiros, de Pernambuco ao Rio Grande do Sul e Minas Gerais, chegando, por exemplo, no Paraná ao Parque Nacional de Iguaçu. A Mata Atlântica pluvial consiste, ecologicamente, de dois corpos de mata: a floresta litorânea (por exemplo, as matas ao norte do baixo Rio Doce, Espírito Santo) e a floresta de montanhas (por exemplo Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro), com clima, flora e fauna diferentes. A Mata Atlântica foi outrora ligada à Floresta Amazônica, ocorrendo intercâmbio da fauna entre elas nessa época, entretanto, os dois corpos de mata se separaram há muito tempo. A Mata Atlântica, por sua vez, fragmentou-se em vários trechos, perdendo-se, também, o contato das suas faunas. Essa segregação das várias partes da Mata Atlântica tornou-se muito acentuada durante o tempo da colonização, quando o homem começou a cortara mata para desenvolver a agricultura.

Referência(s)