Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A CULTURA DA BATATA-DOCE: CULTIVO, PARENTESCO E RITUAL ENTRE OS KRAHÔ

2017; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 23; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/1678-49442017v23n2p455

ISSN

1678-4944

Autores

Ana Gabriela Morim de Lima,

Tópico(s)

Agriculture, Land Use, Rural Development

Resumo

Resumo O artigo tematiza as relações de parentesco cotidianas e rituais entre humanos e plantas por meio de uma etnografia do ciclo de vida da batata-doce, cultivada pelos Krahô: desde o plantio, passando pelo crescimento, até a colheita, quando ocorre a “Festa da Batata”. O “aparentamento” mútuo entre as batatas e seus donos humanos envolve engajamentos corporais, afetivos e estéticos, implicando relações sociais de criação, troca, predação, transmissão de conhecimento xamânico e ritual. As plantas cultivadas são sujeitos vivos e não meras entidades biológicas passivas às intervenções humanas. Elas fazem parte de emaranhados relacionais que abarcam outras plantas, animais e seres, o que se torna visível na vivência cotidiana nas roças e, particularmente, nos cantos e nas performances rituais. Os saberes e as práticas krahô revelam uma outra compreensão do cultivo das plantas, reflexão esta que acompanha a reconceitualização das noções de humanidade, natureza e cultura pela etnologia à luz das teorias indígenas.

Referência(s)