Renovation, overpainting, inpainting: strategies of the painter-restorer in Portugal, from the 16th to 19th century. Ideological reasons for the iconoclast and the iconofylic practices, or the concept of «utilitarian restoration» versus «scientific restoration»
2006; Associação Profissional de Conservadores - Restauradores de Portugal; Volume: 3-4; Linguagem: Português
10.14568/cp3-4_5
ISSN2182-9942
Autores Tópico(s)Historical Art and Architecture Studies
ResumoHistoria-se, no caso da arte portuguesa, a actividade, muito corrente durante a Idade Moderna, do «restauro de pintura», concluindo-se que tal prática, que ao tempo era referenciada como «retoque», «repintura», «renovação» e, mesmo, «restauro», e que aqui designamos por «restauro correctivo e utilitarista», foi comum aos melhores artistas dos séculos XVI a XVIII, para quem intervenções desse tipo, a mando da nobreza e da Igreja, eram quase sempre uma actividade nobilitante. Explicam-se técnicas utilizadas e terminologias em uso, e as várias razões (morais, teológicas, estéticas, decorosas, e outras) para esse tipo de trabalho, que se assume como o precursor do «restauro científico» novecentista. Discutem-se critérios de «renovação», práticas de iconoclastia destruidora e também de iconofilia conservadora ligadas ao «restauro utilitarista», e revela-se que nomes grados como Francisco Venegas, Diogo Teixeira, André Reinoso, António Pereira Ravasco, Francisco Vieira Lusitano e outros, foram afinal, também, «pintores-restauradores» dentro dos conceitos vigentes. Lembramos, enfim, que o ser-se pintor-restaurador foi (para Pietro Guarienti, Vieira Lusitano, Bernardo Pereira Pegado ou Inácio Coelho Valente, por exemplo) motivo acrescido de orgulho, sempre numa perspectiva de «re-criação» artística.
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