As miniaturas de “filiação política”: de objetos perigosos ao esquecimento
2017; University of Évora; Volume: 8; Linguagem: Português
10.4000/midas.1207
ISSN2182-9543
Autores Tópico(s)Cultural Identity and Heritage
ResumoPretendemos identificar e contar a história de uma “família” quase esquecida de objetos de museu: as “miniaturas de filiação política” (séc. XIX), uma das mais singelas formas de representação real. O seu poder simbólico, capaz de prejudicar o próprio dono, jaz hoje “emudecido” pela sua inserção em contextos museológicos que privilegiam o elemento visual sobre o intangível. Pouco sabemos ainda sobre estes diminutos retratos régios pintados, tendencialmente de pouco valor monetário, inseridos em objetos de uso quotidiano. Ao contrário das miniaturas oferecidas oficialmente, a sua aquisição parece ter sido de cariz espontâneo, e terão circulado sobretudo entre gente comum, como sinal de fidelidade, mesmo se a sua posse pudesse trazer consequências para os seus donos em períodos de instabilidade política, nomeadamente, em Portugal, durante as Guerras Liberais. Ao devolver-lhes uma “voz”, partindo de objetos em museus nacionais portugueses e em coleções particulares, pretendemos recuperar a sua importância sócio-histórica e abrir caminho para novas apresentações museológicas próximas do conceito do “museu imaginário” de André Malraux.
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