Brasil: Cultura e Literatura nos Anos 80
1991; American Association of Teachers of Spanish and Portuguese; Volume: 74; Issue: 3 Linguagem: Português
10.2307/344185
ISSN2153-6414
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoBrasil: Cultura e Literatura nos Anos 80 A ficito brasileira conternponnea no predos das adrninistrafes precedentes, a comear cisa necessariarnente sen descrita a panir de urn pelos da divida externa e da inflaito-todos enquadnamento polftico ou ideol6gico. Nern seus estes aspectos indicam que a sociedade e a poliprincipais assuntos ou tnajet6ria explicam-se taotica brasileira de hoje se definem mais do que se somente por rneio de cotejo coin fatones exterdesejaria pelo panorama construido dunante o nos, de ordern sociol6gica, que fazern pane do sisterna anterior, dominado pelos militares. cotidiano dos leitores. Contudo, os i.iltimos 25 As transforma6es no acontecenam de maanos da hist6ria polftica afetararn pirticularmenneira brusca, nern so tito profundas, o que perte os mecanismos de difuso cultural, apresenmite caracterizar a cena polftica considerando tando-se ao escritor na condio de ternas e urn percurso at6 certo ponto contfnuo desde o t6cnicas anisticas e singularizando o relacionafinal dos anos 60. mento da literatura corn o ptiblico, corn efeitos Esse foi deflagrado pela tomada do poden pemarcantes nas obras individuais. Pon esta razo, lo Ex6rcito, apoiado por setores civis que, inteprocede-se a seguir a urn exarne, ainda que breressados no alinhamento do pais ao capitalismo ye, das circunstancias polfticas e culturais que industrial, nao aceitavarn os rumos populistas e cen-cararn a produo literaria brasileira dos 61posicionarnentos anti-imperialistas adotados petimos tempos. lo governo desde a ascenso de Joo Goulan, em 1961. Assirn, se os nesponsaveis pelo golpe fo1. 0 cenario politico rain os militares, a adesao recebida de elernentos da burguesia industrial e financeira, brasileira e Desde 1985, o Brasil 6 governado por presiinternacional, edasclassesrn6diasunbanas, insadentes civis, primeirarnente em decorr6ncia da tisfeitas corn a inflao e a ernergncia de urn aceitaito naquele ano, pelo Ex6rcito, da candidiscurso nevoluciontirio que no a inclufa e a datura e vit6ria de Tancredo Neves, depois corno arneaava, conferiu credibilidade itquele ato, resultado das eleies diretas de 1989, vencidas garantiu a permanncia do sisterna por algurn por Fernando Collorde Melo. Desde 1988, conta tempo e cornprometeu parte considenavel da corn urna Constitu4io mais liberal que a legada sociedade nacional. pelo regime anterior, elaborada pon urn Congres0 regime, por sua vez, nito foi homogneo, so escolhido democraticarnente pela populao nern continuo: durante seus 21 anos de durao, em 1986. Essas mudanas caracterizarn a faceta houve mornentos menos e mais duros, motivamais progressista da vida poiftica brasileira dudos, primeiro, pela evid6ncia das primeiras ruprante a d6cada de 80. tunas entre o grupo politico que os apoiou e os Por outro lado, o fato de Trancredo Neves, por militares, mas sustentados, depois, tanto pela razito de satide, no ten assumido o poder, e sim fora (dos atos institucionais e do aparato policio vice-presidente Jos6 Samey, originitrio do paral), como pela adesito, outra vez, da classe m6dia, tido dineitista que, durante a ditaduna, represenarnednontada corn a ascensito do terrorismo urtara o governo; a circunstancia de Fernando bano e rural (conhecido publicarnente em ocasiCollon de Melo ten sido apoiado pon grupos ties de vit6ria das fonas do governo) e euf6rica conservadores, contnirios it ascensao das foras coin o milagne econtimico no mesmo penfodo, tnabalhistas; a persistencia de problemas herdacomeo dos anos 70. Houve tamb6rn conflitos
Referência(s)