
O retorno do “shatterbelt” da europa centro-oriental e o grupo de visegrad na estratégia ocidental de contenção da Rússia
2017; Volume: 23; Issue: 2 Linguagem: Português
10.22491/1809-3191.v23n2.p371-399
ISSN2359-3075
AutoresDaniel Santos Kosinski, Nikola Pařízková,
Tópico(s)Economic Issues in Ukraine
ResumoA Europa Centro-Oriental é uma região excepcionalmente conturbada desde a Antiguidade, com história caracterizada por migrações em grande escala, guerras, invasões e ocupações por potências estrangeiras. Por isso, há muito ela tem sido considerada por teóricos como Mackinder, Spykman, Brezinski, Cohen e Kelly uma região de transição e atrito entre os domínios dos poderes navais atlânticos e terrestres eurasianos, estrategicamente importante para o acesso e controle do Heartland. Isso a torna um shatterbelt, área intensamente disputada entre potências que projetam seu poder e influência, se impondo aos povos locais. O Grupo de Visegrad, formado por Polônia, Tchecoslováquia e Hungria em 1991 após o fim dos regimes neoestalinistas, buscou com sucesso a adesão às instituições euro-atlânticas – OTAN e União Europeia, principalmente. Recentemente, com a retomada do “ativismo” russo e suas intervenções militares na Geórgia e Ucrânia, o Grupo de Visegrado vem se transformando num dos principais instrumentos de avanço da hegemonia ocidental na região, articulando políticas de cerco e contenção da Rússia. O acúmulo de forças militares de ambos os lados na área, percebido a partir de 2016, indica intenso crescimento das tensões no shatterbelt - que havia perdido intensidade desde os anos 1980 -, caracterizando processo de desfecho ainda imprevisível.
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