Artigo Produção Nacional

INTERPRETAÇÕES FENOMENOLÓGICAS SOBRE MIGUEL REALE: VALOR E DIALÉTICA DE COMPLEMENTARIDADE

2017; Faculdade Cenecista da Ilha do Governador; Volume: 7; Issue: 1 Linguagem: Português

ISSN

2317-7764

Autores

Ricardo Afonso-Rocha, Iago dos Santos Moura-Melo,

Tópico(s)

Environmental Sustainability and Education

Resumo

O presente estudo e uma reflexao acerca de alguns aspectos do pensamento de Miguel Reale a luz da fenomenologia. Nesse dialogo com a tradicao, mostra-se premente a incursao em sua teoria dos valores e em sua nocao de dialetica de complementaridade, pontos de notada relevância para a correta assimilacao de seu pensamento. O caminho aqui percorrido baseia-se nos aportes teoricos, metodologicos e epistemologicos advindos da fenomenologia hermeneutica de Martin Heidegger, desenvolvida em sua obra Ser e Tempo (1927). Visa a perceber, por meio da busca pelo significado da experiencia vivida, se consegue Reale fugir ao pensamento idealista de que quer se distanciar, ao deslocar o elemento valor da categoria das idealidades da teoria dos objetos para a vida concreta e embebe-lo no que denomina de dialetica de complementaridade. Para tanto, em sentido estrito, a abordagem metodologica deflui-se da fenomenologia da percepcao de Merleau-Ponty (1999), que unifica, em seu seio, o pluralismo metodico (Maman, 2003). A orientacao filosofica basica para conduzir essa investigacao e a pesquisa critica nos moldes fenomenologicos. Quanto a tecnica empregada, utilizar-se-a a pesquisa bibliografica e documental na consulta da literatura (BITTAR, 2005). Para a consecucao de seu projeto, Reale propoe o valor como sintese a priori que possibilitaria a compreensao do ente pela correlacao ontognoseologica sujeito-objeto. Desse modo, o valor se traduziria como objetivacao cultural que decorre da materializacao da intencionalidade da consciencia na historia pelo ser do homem. Na correlacao ontognoseologica sujeito-objeto, des-vela-se a dialetica da complementaridade na medida em que nao ha o estabelecimento de um primado subjetivo frente ao objeto, ou o contrario, mas sim uma sintese progressivo-dialetizante e de polaridade entre tais.

Referência(s)