Artigo Acesso aberto Produção Nacional

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS SOBRE IDENTIDADE DE LUGAR À LUZ DA ABORDAGEM HISTÓRICO-CULTURAL

2017; Volume: 27; Issue: 59 Linguagem: Português

10.7213/psicolargum.v27i59.20169

ISSN

1980-5942

Autores

Alexandre Quintela Ponte, Zulmira Áurea Cruz Bomfim, Jesús García Pascual,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Este artigo traz como principal foco de discussão o conceito de identidade de lugar. A proposta é fazer, inicialmente, uma contextualização do tema a partir das categorias espaço, lugar e não-lugar. Esta discussão inicial visa compreender essas categorias como construções semióticas e ideológicas, as quais se moldam a partir das interações humanas com o ambiente para além da simples ocupação física. Em seguida, apresentaremos a metodologia histórico-cultural de base materialista histórico-dialética, que possibilitará compreender a argumentação final do artigo; nesta etapa, o método será abordado historicamente com o objetivo de apontar as bases fundamentais à sustentação da visão de homem adotada por este estudo. Finalmente, discorreremos criticamente sobre identidade de lugar. Para esta tarefa, elegemos como principal centro de revisão teórica a concepção defendida por Proshansky, Fabian e Kaminoff. Identificamos que a linha de argumentação epistemológica desses autores segue uma vertente marcada pelo pragmatismo de Dewey e o interacionismo simbólico de George Mead. Assim, pensamos que pesquisar a relação de identificação das pessoas com os ambientes, tendo como método a abordagem histórico-cultural, exige definir esta categoria não pelo modelo de Proshansky et al., mas centrado epistemologicamente no próprio método histórico-cultural sob o risco de incongruência teórica. Portanto, defendemos uma concepção de identidade de lugar amalgamada à teoria da afetividade proposta por Bader Sawaia, onde afeto está ontologicamente ligado às dimensões ética e política. Consequentemente, identidade de lugar é pensada não apenas em termos de identificação com o ambiente, mas como possibilidade de vinculação afetiva e transformadora da realidade psicossocial.

Referência(s)