Artigo Acesso aberto

Um sonho de Diógenes

2021; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí; Volume: 2; Issue: 3 Linguagem: Português

10.52641/cadcaj.v2i3.160

ISSN

2448-0916

Autores

José Paulo Maldonado De Souza,

Tópico(s)

French Literature and Critical Theory

Resumo

RESUMO: Han Ryner é o pseudônimo adotado em 1896 por Jacques Élie Henri Ambroise Ner(Nemour, Algeria, 1861 - Paris, 1938), um dos grandes autores do anarquismo individualistafrancês. Pensador prolífico, destaca-se pela colaboração em diversos periódicos, entre eles o L’enDehors e L’Únique, do círculo de E. Armand; foi autor de numerosas obras, incluindo romances,teatros, peças jornalísticas, ensaios, entre os quais o mais conhecido entre nós é o Petit ManuelIndividualiste (1903). Seu pensamento é fortemente inspirado pela antiguidade clássica, incluindouma interpretação original de diversos filósofos (sofistas, cirenaicos, cínicos, estoicos) por meiodos quais remonta, à seu modo, as origens do individualismo moderno. “Anarquistaindividualista”, julgava não haver contradição entre o comunismo e o individualismo, masharmonia. Sua influência se espalhou para fora da França ainda na primeira metade do séculoXX, especialmente no entreguerras, quando obteve repercussão na Espanha e até no Brasil,defendendo posições pacifistas e a objeção de consciência. No Brasil seu pensamento foirecepcionado por Maria Lacerda de Moura que publicou Han Ryner e o Amor no Plural (1933). Otexto a seguir é um excerto do livro Les Songes Perdus (1929) – Os Sonhos Perdidos - uma coleção de“contos oníricos” de diversas personalidades como Sócrates, Platão, Diógenes, Jesus, Judas, JúlioCésar, Santo Agostinho, Cervantes, Descartes, entre outros, escritos num estilo, às vezes,considerado simbolista, fortemente sugestivo, mesclando anedotas históricas e ficcionais; atextura onírica dos relatos não compromete a plausibilidade, coerência ou fidelidade dos relatos,mas amplia significativamente as possibilidades de leitura das doutrinas e feitos atribuídos àsdiversas personagens. Nesse sentido preciso, são bastante “autênticos” os diálogos entre Aristipoe Antístenes, Diógenes e Platão, sobre temáticas como o excesso, o requinte, a justa medida, osprazeres, o presente, a resistência, o matrimônio e a fortuidade.Palavras-chave: anarquismo individualista francês; escola cínica; escola cirenaica.

Referência(s)
Altmetric
PlumX