Artigo Produção Nacional

Identidade social e a representação da epilepsia no cinema

2017; Universidade da Beira Interior, Portugal (UBI) & Universidade Estadual de Campinas, Brasil (UNICAMP); Issue: 22 Linguagem: Português

ISSN

1646-477X

Autores

Fernanda Sayuri Gutiyama,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Este estudo e uma discussao sobre a identidade social da pessoa com epilepsia, atraves da analise da representacao da epilepsia em filmes ocidentais datados a partir de 2005. Nosso corpus filmico foi determinado por relevância do tipo de producao, para desenvolver um comparativo de linguagens audiovisuais a partir de tres obras ficcionais: O Exorcismo de Emily Rose (2005), Requiem (2006) e Eletricidade (2014); e tres obras documentais Zach, a film about Epilepsy (2009), Ilegal – a vida nao espera (2014) e A seizure by Nathan Jones (2011). Ao longo de nossa analise, percebemos que os estudos anteriores sobre epilepsia relacionados ao cinema nao levavam em conta a questao de alteridade, identidade e representacao social da pessoa com epilepsia, e por isso, para contribuir com a pesquisa nesse campo, buscamos trazer esse novo vies a tematica. Recorremos aos estudos em sociologia, antropologia medica e estudos culturais como aparatos de investigacao. E com base na metodologia de analise de Michel Foucault, em Historia da sexualidade vol. I – vontade do saber (1988), desenvolvemos nossa propria metodologia para analisar os filmes citados, que consistiu resumidamente nos seguintes passos: levantamento contextual do tipo de producao; analise do discurso do roteiro e abordagem do tema; analise da representacao da crise de epilepsia e analise das relacoes entre os personagens e instituicoes representadas ou envolvidas. O cinema possibilita olharmos para a nossa realidade social e analisa-la, identificando os papeis das instituicoes sociais, a reverberacao dos discursos nos corpos dos sujeitos, o corpo como extensao da identidade, e as percep- coes sociais. Atraves das analises, concluimos que os discursos sociais ainda reproduzem o estigma da epilepsia, que continua representado de forma predominante no cinema. De maneira diacronica, a representacao ocidental predominante da epilepsia mudou das percepcoes de possessao espiritual para a percepcao medica clinica de acordo com nosso contexto cultural. Atualmente, contudo, as discussoes sobre a normalizacao do corpo, identidade e o biopoder se repercutem em nossa sociedade, abrindo espaco para a expressao de novas subjetividades na ficcao e no documentario.

Referência(s)