Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A europeização no ensino da língua portuguesa presente no conto "Menina Vitória", de Arnaldo Santos", e "Infância", de Graciliano Ramos

2017; Volume: 7; Issue: 1 Linguagem: Português

10.36113/litterata.v7i1.1467

ISSN

2526-4850

Autores

Robson Caetano dos Santos,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Neste artigo será analisado como nos textos literários de língua portuguesa Menina Vitória, de Arnaldo Santos, e Infância, de Graciliano Ramos, é realizado de forma sutil, a denúncia ideológica sobre a forma como a língua portuguesa pode ser ensinada nas escolas de ex-colônias de Portugal. Em ambos textos, tanto no personagem Gigi, quanto no próprio Graciliano, em seu relato autobiográfico, o ensino da língua, tal como é imposto com o viés de superioridade europeia e de pureza da língua, é traumático, doloroso e incondizente com o espaço cultural em que estes personagens habitam. Todavia esperou-se comprovar que a própria forma literária ou estética em que se apresenta a forma de narrar esses textos demonstram que esse autoritário e despótico ensino da língua não sairá vitorioso: em Menina Vitória, aparecem termos em quimbundo e outros da cultura angolana imiscuídos na língua portuguesa; em Infância, a linguagem rebuscada, como um cipoal, encontrada pelo menino-leitor Graciliano, no livro didático do barão de Macaúbas, será totalmente o oposto da futura linguagem do escritor adulto em seu fazer literário: enxuta, seca, econômica e direta. Como amparo teórico foi utilizado Frantz Fanon, Benjamin Abdala Junior e Jacques Rancière.

Referência(s)